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Publicada em 27 de Junho de 2025 às 12:16

Federarroz quer uso de taxa recolhida pelo setor para escoar produção

Federarroz alerta que preços muito abaixo do custo de produção podem desestimular novos cultivos

Federarroz alerta que preços muito abaixo do custo de produção podem desestimular novos cultivos

Cleiton Ramão/IRGA/Divulgação/JC
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Claudio Medaglia
Claudio Medaglia Repórter
Com agências
Com agências
A Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) encaminhou um ofício ao governador Eduardo Leite solicitando que os recursos arrecadados pela Taxa de Cooperação e Defesa da Orizicultura (CDO) sejam utilizados para viabilizar o escoamento da produção de arroz a mercados consumidores. A proposta é que os valores pagos pelos próprios produtores sejam empregados como instrumento emergencial para apoiar a comercialização em meio à grave crise de liquidez enfrentada pelo setor.

A CDO é uma taxa obrigatória recolhida dos produtores de arroz no Rio Grande do Sul, destinada ao financiamento de atividades de pesquisa e desenvolvimento conduzidas pelo Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga). O valor é calculado com base em um percentual sobre o valor da Unidade Padrão Fiscal do Estado (UPF-RS) por saca de 50 quilos de arroz em casca. O volume recolhido nos últimos cinco anos supera os R$ 300 milhões
O presidente da Federarroz, Alexandre Velho, reforça que o setor enfrenta um cenário crítico, com preços muito abaixo dos custos de produção e severa restrição de liquidez no mercado. Além disso, a carga tributária gaúcha torna a indústria ainda menos competitiva na comparação com outros Estados. A ideia é que o recurso, oriundo do setor, seja utilizado para apoiar e estimular vendas tanto no mercado interno quando em operações internacionais.
"Estamos buscando alternativas para minimizar o impacto dessa conjuntura e apoiar os orizicultores. A taxa CDO é oriunda do próprio setor e, portanto, deve ser revertida em benefício direto ao produtor", defende.

No documento enviado ao governo estadual, a Federarroz destaca que boa parte dos valores arrecadados pela CDO acaba não sendo utilizada em sua totalidade, seja por falta de projetos ou por limitações operacionais. A entidade entende que, diante do atual colapso de mercado, o uso dos recursos deve ser redirecionado de forma excepcional para apoiar mecanismos de comercialização e escoamento da produção visando atingir novos mercados.
"Solicitamos a adoção dos meios legais cabíveis para que o recurso, que já pertence ao setor, seja empregado em ações concretas de escoamento da produção para os mercados consumidores. Essa medida é urgente diante do cenário de preços aviltados e da absoluta ausência de liquidez comercial, que coloca todos os produtores do Estado em situação de prejuízo e ameaça a continuidade da atividade", pontua Velho.

A Federarroz alerta que, sem a adoção de medidas imediatas, o setor corre o risco de registrar o abandono da atividade por parte de inúmeros produtores, o que agravaria ainda mais a situação econômica e social do Rio Grande do Sul.

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