Pelo menos nove projetos encaminhados por produtores rurais gaúchos para implantação ou ampliação de sistemas de irrigação em suas lavouras já foram aprovados na fase 2 do programa Supera Estiagem, do governo do Estado. Ao todo, serão 312,2 hectares de terras, nos municípios de Pinhal Grande, Eugênio de Castro, Aceguá, Bagé, Jacuizinho, Alpestre, Encruzilhada do Sul e Marau, destinados às culturas de milho, soja, pastagens e fruticultura. As iniciativas estão orçadas em R$ 6,9 milhões e receberão R$ 705,6 mil em subvenções do Executivo estadual.
Os números foram divulgados nesta segunda-feira (29), pela Emater-RS, em transmissão online voltada a extensionistas e produtores, com detalhamento sobre o programa e orientações aos interessados em aproveitar a oportunidade. Nesta nova etapa, o Piratini irá subvencionar até 20%, limitados a R$ 100 mil, dos valores de projetos de pessoas físicas com foco em aumentar a área agrícola irrigada no Rio Grande do Sul em pelo menos 100 mil hectares.
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Na etapa anterior, lançada em agosto do ano passado, 264 projetos, dos 281 apresentados, foram aprovados, com orçamento total de R$ 17,3 milhões e R$ 2,4 milhões em subvenções do governo, que oferecia reembolso máximo de R$ 15 mil aos produtores em ações voltadas à produção de pastagens, milho, fruticultura, olericultura, soja, floricultura, hidroponia, feijão e fumo.
Até o final da atual administração estadual, o governo pretende aportar R$ 213 milhões em subvenções para incentivar projetos com esse propósito. Desse total, pelo menos R$ 20 milhões já estão assegurados para projetos encaminhados até 30 de abril de 2025, quando se encerra o prazo do edital lançado no final de fevereiro.
Desde lá, o Estado já recebeu 27 projetos encaminhados por produtores rurais. Mas somente nove preencheram todos os requisitos para enquadramento e deverão ser levados adiante. Os demais precisarão de ajustes.
Conforme o secretário de Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação, Giovani Feltes, a proposta do governo é consolidar uma mudança de cultura em relação à reservação de água e irrigação, para mitigar os prejuízos causados pelas estiagens, cada vez mais freqüentes. “Costumávamos deixar o assunto de lado quando começava a chover. Mas agora vamos seguir insistindo na ideia de investir em reserva de água e irrigação. É ferramenta fundamental para que possamos alcançar melhores resultados no campo. O Rio Grande do Sul tem apenas 4% de sua área agrícola irrigada, excetuando as lavouras de arroz. Precisamos ampliar”, disse.
De acordo com o chefe da Divisão Agropecuária da Secretaria de Agricultura, Paulo Lipp, a oferta adequada de água no cultivo pode aumentar entre 35% e 82% a produtividade nas lavouras de soja. Atualmente, apenas 2,8% da área destinada à cultura no Estado são irrigados, equivalendo a 187,3 mil hectares. No milho, o impacto é ainda maior, variando entre 90% e 200%. O Rio Grande do Sul tem 113,5 mil hectares de milho com sistemas de irrigação, ou 13,7% do total. Já no feijão, cultura que tem apenas 2,7 mil hectares, ou 14,3% da área irrigados, o ganho de rendimento varia de 20% a 420%.