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Publicada em 10 de Abril de 2024 às 16:04

Novas obras nas barragens Taquarembó e Jaguari darão vigor à economia

Barragem Taquarembó, entre Dom Pedrito e Lavras do Sul, terá água para irrigar 52,6 mil hectares

Barragem Taquarembó, entre Dom Pedrito e Lavras do Sul, terá água para irrigar 52,6 mil hectares

CONSÓRCIO SULTEPA-BOURSCHEID/DIVULGAÇÃO/JC
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Claudio Medaglia
Claudio Medaglia
Interrompidas desde 2017, as obras de um dos mais importantes projetos para alavancar o desenvolvimento econômico na Campanha e na Fronteira Oeste devem, agora, deslanchar e ser concluídas em cerca de dois anos. O anúncio, pelo governo do Estado, de que será retomada a construção da barragem do arroio Taquarembó, na divisa entre Dom Pedrito e Lavras do Sul, assim como novo aporte de recursos para a barragem do arroio Jaguari, entre Lavras e São Gabriel, revigora as expectativas sobre produção e produtividade agropecuária da região, além do estímulo a diferentes segmentos da economia.
Interrompidas desde 2017, as obras de um dos mais importantes projetos para alavancar o desenvolvimento econômico na Campanha e na Fronteira Oeste devem, agora, deslanchar e ser concluídas em cerca de dois anos. O anúncio, pelo governo do Estado, de que será retomada a construção da barragem do arroio Taquarembó, na divisa entre Dom Pedrito e Lavras do Sul, assim como novo aporte de recursos para a barragem do arroio Jaguari, entre Lavras e São Gabriel, revigora as expectativas sobre produção e produtividade agropecuária da região, além do estímulo a diferentes segmentos da economia.
Conforme a Associação dos Usuários da Água da Bacia Hidrográfica do Rio Santa Maria (AUSM), as obras, quando concluídas e com a gestão de uso definida, permitirão a irrigação de 117 mil hectares de terras na bacia do rio Santa Maria, abrangendo áreas dos municípios de Rosário do Sul, São Gabriel, Lavras do Sul e Dom Pedrito. Anualmente, serão irrigados em torno de 51 mil hectares das culturas de arroz, por inundação, soja, milho, sorgo, pastagens e fruticultura, por aspersão e gotejamento.
Com a assinatura do novo contrato, após vencidas todas as etapas da nova licitação, realizada no final do ano passado, o consórcio Sultepa Construções e Bourscheid Engenharia e Meio Ambiente aguarda apenas a aprovação da União e a Ordem de Início de Serviço para entrar no canteiro da Taquarembó. Iniciada em 2009, a construção sofreu diversas interrupções e já consumiu R$ 80,2 milhões do governo federal e R$ 28,3 milhões do Estado.

Leia mais: Obras da barragem Taquarembó em Dom Pedrito serão retomadas

Nesta nova e definitiva fase – o governador Eduardo Leite assegurou que a construção será concluída mesmo se for preciso repensar o orçamento ao longo de seu segundo mandato –, deverão ser investidos mais R$ 62,3 milhões do governo federal e R$ 71,5 milhões dos cofres do Rio Grande do Sul. O total soma R$ 242,3 milhões. Para a barragem Jaguari, que esteve parada para redimensionamento do projeto, mas que já retomou as atividades, serão destinados R$ 74,7 milhões, sendo R$ 65 milhões do governo gaúcho e R$ 9,7 milhões da União.
A retomada das obras representa uma virada de página. Conseguimos reposicionar as barragens Jaguari e Taquarembó e, a partir de agora, é fazer com que a execução se dê de acordo com os prazos previstos. Isso só está acontecendo devido à recuperação da capacidade de investimento do Estado, que, anteriormente, não conseguia investir nem pagar as suas contas em dia. Sabemos que projetos como esses têm impacto na economia da região e do Estado", afirma a secretária de Obras Públicas, Izabel Matte.
Composto pelas barragens Taquarembó (56% concluídos), capaz de armazenar 116 metros cúbicos de água, e Jaguari (70% realizados), para 122 milhões de metros cúbicos, o sistema terá, ainda, uma rede de canais com 296 quilômetros de extensão, com custo aproximado de R$ 400 milhões, acrescenta o subsecretário Giovane Wickert. Ele estima que a entrada em operação de todo esse complexo pode aumentar em R$ 1,2 bilhões anuais a economia na produção agrícola.
Para o abastecimento público, diz estudo da AUSM, serão beneficiadas 82 mil pessoas em Rosário do Sul e Dom Pedrito. E as atividades produtivas irrigadas, e as demais usuárias de água, inseridas no cadastro de usuários do Sistema, poderão ser exploradas nos municípios de São Gabriel, Lavras do Sul, Dom Pedrito e Rosário do Sul. O impacto será a geração e a ampliação de atividades econômicas e a potencialização das áreas de serviços, comércio e indústria, com circulação de riquezas e incremento do PIB em toda a região, alcançando 156 mil habitantes nesses municípios.
Em visita às obras em Dom Pedrito e São Gabriel, nesta quarta-feira (10), o diretor da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Fábio Avancini Rodrigues, mostrou entusiasmo com a retomada das obras. Segundo ele, as duas barragens serão muito importantes para a produção agropecuária e o uso múltiplo da água.
Teremos sistemas de irrigação mais eficientes e com controle, em uma região agrícola de solos nobres. Isso levará vida, progresso, prosperidade, estabilidade produtiva, planejamento produtivo, gerando mais oportunidades e fazendo a economia girar, em diferentes setores, no campo e na cidade”, conclui o dirigente.

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