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Silvicultura

- Publicada em 30 de Outubro de 2023 às 17:54

Florestamento e hidrovia são apostas para desenvolvimento econômico e social

Novo zoneamento ambiental da silvicultura potencializa economia e protege ambiente, diz Camardelli

Novo zoneamento ambiental da silvicultura potencializa economia e protege ambiente, diz Camardelli


FERNANDO DIAS/DIVULGAÇÃO/JC
Da conscientização sobre a importância do plantio de florestas para a saúde do planeta às potencialidades sociais e econômicas do setor. A 12ª edição dos Seminários Agaflor sobre Florestas Plantadas no Rio Grande do Sul, realizada neste mês em Pelotas, sinalizou que chegou a hora de alavancar a atividade.
Da conscientização sobre a importância do plantio de florestas para a saúde do planeta às potencialidades sociais e econômicas do setor. A 12ª edição dos Seminários Agaflor sobre Florestas Plantadas no Rio Grande do Sul, realizada neste mês em Pelotas, sinalizou que chegou a hora de alavancar a atividade.
No evento, o secretário-adjunto do Meio Ambiente e Infraestrutura do Estado, Marcelo Camardelli, falou sobre as recentes alterações no Zoneamento Ambiental para a Atividade da Silvicultura (ZAS), aprovadas pelo Conselho Estadual de Meio Ambiente. Os estudos vinham sendo realizados desde 2018, e o principal objetivo da revisão foi a atualização da base de dados utilizados e a inserção de novas ferramentas de geociências que trouxessem mais veracidade para as análises realizadas.
As mudanças foram classificadas como “melhorias jurídicas” que, sem comprometer o ambiente, viabilizam o trabalho do florestador, explica o presidente da Associação Gaúcha dos Produtores de Florestas Plantadas (Agaflor), Paulo Benemann.
“No primeiro zoneamento, em 2008/2009, ficou definido que haveria atualização a cada cinco anos, mas isso não aconteceu. As tecnologias avançaram nesse intervalo, e buscamos ter mais clareza quanto ao cenário atual”, justifica Camardelli.
Segundo ele, consulta à Câmara Técnica Permanente da Agropecuária e Agroindústria teve 172 votos favoráveis e apenas 17 contrários ao projeto. “Procuramos ser bastante cuidadosos. Em 2008 havia apenas 12 estações meteorológicas para fornecer dados quanto aos recursos hídricos no Estado, o que é um dos limitadores à atividade. Atualmente, são 265 pontos de captação de informações. Tivemos a sinalização de que não haveria comprometimento de recursos, exceto nas bacias dos rios Gravataí, Caí, Sinos e Santa Maria. Mas o zoneamento é apenas a primeira porta para a busca de licenciamento. Há critérios a serem seguidos. Com o ZAS, oferecemos segurança ao investidor interessado, sem ameaçar o ambiente”, acrescenta.
O encontro também retomou o tema da materialização da Hidrovia Brasil-Uruguai, aventada desde o início da década de 1960, mas que ainda não saiu do papel. O assunto é visto com grande interesse pelo governo uruguaio, pela possibilidade de abrir vias de transporte de commodities como soja e milho para escoamento pelo porto de Rio Grande, bem como de seu maciço florestal, observa Fábio Avancini Rodrigues, diretor-vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Rio Grande do Sul, que coordenou um painel no seminário.
“A idéia seria efetuar a dragagem do canal Sangradouro e do porto de Santa Vitória do Palmar e viabilizar uma rota fluvial de aproximadamente 220 quilômetros, desde o Rio Taquary, no país vizinho, passando por Santa Vitória, pela Lagoa Mirim, o Canal São Gonçalo, a Lagoa dos Patos e o Porto de Rio Grande, contra 800 quilômetros de estradas para transporte de mercadorias”, diz Rodrigues.
A obra, no lado brasileiro, seria custeada pela União e sairia por valores em torno de R$ 100 milhões. Do lado uruguaio, um terminal privado seria construído por uma grande cerealista. A manutenção do trecho, para garantir navegabilidade, seria feita por meio de uma parceria público-privada. A licitação para dragagem já teria sido dada pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente, revela o dirigente.
Rodrigues, Camardelli e Benemann concordam que a criação da hidrovia seria um valioso avanço para o desenvolvimento econômico e social de toda a região abrangida pelo trecho. A redução nos custos de transporte seria de até 70%, aumentando a competitividade dos produtos. Além disso, negócios e empregos surgiriam em apoio logístico a toda a cadeia instalada às margens da hidrovia.
“O desenvolvimento do setor florestal, com apoio da Hidrovia do Mercosul, dará agilidade e eficiência ao setor. É preciso olhar para esse assunto com o potencial e a importância que tem. Como disse o coordenador do Sistema ABC+ RS, Jackson Brilhante, florestas plantadas auxiliam muito na mitigação da emissão de gases do efeito estufa e contribuem muito para melhorar o clima no planeta”, acrescenta o presidente da Ageflor.
“A silvicultura é fundamental na formação de estoques de carbono”, completa Camardelli.