A severa estiagem que atinge o Rio Grande do Sul tem deixado os produtores de leite do Estado em alerta. A falta de chuvas
afeta produções como a do milho, alimento base da ração das vacas leiteiras, e assim a produção de leite também acaba prejudicada. Segundo Marcos Tang, presidente da Associação dos Criadores de Gado Holandês do Rio Grande do Sul (Gadolando), a estiagem tem afetado diferente regiões do Estado, dificultando inclusive a estocagem para alimentação animal.
"Não gostaríamos de ser repetitivos, mas os problemas estão repetitivos. A maioria do Rio Grande do Sul está com uma estiagem severa, porém, na Serra, por exemplo, já tivemos secas piores. Mas esta, com dias muito quentes, matou o milho, dizimando lavouras inteiras, tendo que fazer o replantio ou comprar alimentos. Mas não tem nem onde comprar, pois os vizinhos estão na mesma situação", revela Tang.
Tang salienta que os produtores de leite gaúchos estão atualmente com extrema dificuldade de produzir alimento para o seu gado. Mesmo com maiores investimentos em genética e tecnologia, a falta de chuvas impacta a criação adequada e o bem-estar dos animais. "A vaca produz leite quando é bem conduzida, com água de qualidade, conforto e bom alimento em quantidade e qualidade suficientes e adequadas para cada vaca, conforme seu peso e produção diária", destaca.
Outra dificuldade que o presidente da Gadolando ressalta, junto do problema da seca, é a atual baixa remuneração pelo litro do leite que os produtores vêm recebendo. "Ou se vende os animais e não tem mais leite, ou se compra alimento, só que este alimento tem que vir muitas vezes de fora, e o preço é muito alto. Junta-se isso com a remuneração do litro do leite em baixa. Estamos com o nosso custo de produção elevadíssimo, pressionado pela estiagem, e essa conjugação está acabando com o nosso produtor ", afirma.