Fintech Ebanx ajuda brasileiros a comprar em sites estrangeiros



Andr� Boaventura, s�cio do Ebanx
CR�DITO: Mauro Belo Schneider/Especial/JC
Giana Milani
Você já deve ter percebido: a sua marca não concorre mais somente com os negócios brasileiros. Graças a uma iniciativa criada em Curitiba, os consumidores podem comprar produtos de sites estrangeiros e pagar a conta com boleto.
O Ebanx é uma fintech, hoje unicórnio, que nasceu fora do eixo Rio-São Paulo. A startup inovou ao oferecer a solução para o brasileiro sem cartão internacional que desejava fazer compras em e-commerces da China, Estados Unidos, Europa ou qualquer outro lugar. Sendo assim, uma das primeiras apostas, há sete anos, foi uma parceria com o site Ali Express. Atualmente, além da empresa chinesa, o Ebanx atende contas como PlayStation, Spotify, Airbnb e Uber.
As cifras de faturamento também cresceram exponencialmente. Se em 2012 o negócio faturou R$ 600 mil, a estimativa é que tenha atingido R$ 600 milhões em 2019. E da capital paranaense, o Ebanx cruzou fronteiras para atuar no México, Colômbia, Equador, Peru, Bolívia, Chile e Argentina.
De acordo com o sócio da startup, André Boaventura, em entrevista concedida ao GeraçãoE, em novembro último, a cultura brasileira do boleto e, ainda, de parcelar o pagamento, dificultava as compras de fora. "Geramos essa operação de câmbio e o dinheiro chega nos sites. É uma operação conveniente para o brasileiro e para a empresa estrangeira, que recebe em dólar", explicou. "Nosso modelo de negócio é único. Algumas empresas grandes vieram até nós pois conseguíamos resolver os problemas. Temos a missão de contar para o mundo que a América Latina tem muito potencial consumidor."
O executivo enfatiza que o foco da atividade é empoderar a América Latina. "Não competimos com outras empresas e sim com países. Em vez de uma marca global expandir para a África do Sul, para o leste europeu ou à Rússia, queremos que escolham o Brasil, o México ou a Colômbia, e entendam que existe 600 milhões de pessoas aqui, em um mercado aquecido."
Com previsão de movimentar R$ 20 bilhões em 2020, a companhia chegou ao patamar de unicórnio ainda em 2019, mas Boaventura garante que o foco não era tentar conquistar o rótulo, e sim ter isso como consequência. "O capital para startups está muito aquecido, então, tem muita gente que já nasce com investimento. Uma das coisas que fez diferença no Ebanx é não olhar para isso", conta.
Mesmo assim, o sócio aponta os frutos de estar entre as empresas bilionárias: o reconhecimento, pelos olhos da sociedade, de que a startup está mudando um problema grande.


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