A Alemanha atingiu nesta quinta-feira (25) a marca de 100 mil mortos por Covid-19 desde o início da pandemia. Segundo o Instituto Robert Koch, do governo federal, o número foi atingido após um recorde de 351 novas mortes serem registradas nas últimas 24 horas. A Alemanha se tornou o 13º país a superar as 100 mil mortes por Covid-19.
O instituto também registrou 75.961 novas infecções, um novo recorde diário para a primeira economia da zona do euro, que vive um recrudescimento de contaminações sem precedentes. A média móvel (últimos sete dias) atingiu um pico máximo de 419,7 infecções por 100 mil habitantes e as autoridades de saúde temem pela saturação da rede sanitária.
Hospitais alertam que os leitos de UTI estão se esgotando e que quase 4 mil estão ocupados por pacientes com Covid-19 atualmente. Diante da situação, alguns hospitais no sul e no leste do país já começaram a transferir pacientes para outras regiões. "Em certas regiões os hospitais já estão enfrentando "sobrecarga aguda" que exige a transferência de pacientes", alertou Gernot Marx, presidente da federação alemã de médicos intensivos.
Várias regiões voltaram a colocar em prática duras restrições para conter a 4ª onda do coronavírus, a mais grave do país, que tem uma taxa de vacinação de 69%, menor que a de outros países europeus.
Scholz indicou que a Alemanha tem de estudar uma
possível extensão da obrigação de vacinação, atualmente em vigor no exército e nos estabelecimentos de saúde. No momento, a futura coalizão de governo descarta adotar um lockdown nacional e aposta no uso do certificado de vacinação nos transportes e na restrição de acesso de não vacinados a certos lugares.
O governo de Merkel, do qual os social-democratas já fazem parte, prorrogou até abril de 2022 as ajudas para as empresas afetadas por fechamentos e queda de receita devido à pandemia.
Os 13 países que já ultrapassaram 100 mil mortes por Covid-19
- Estados Unidos - 775 mil
- Brasil - 613 mil
- Índia - 466 mil
- México - 292 mil
- Rússia - 262 mil
- Peru - 200 mil
- Reino Unido - 144 mil
- Indonésia - 143 mil
- Itália -133 mil
- Irã - 129 mil
- Colômbia - 128 mil
- França - 119 mil
- Argentina - 116 mil
- Alemanha - 100 mil
Vacinação abaixo do esperado
A situação é mais grave em países com taxas de vacinação contra a Covid-19 abaixo do esperado, como acontece na Alemanha e na vizinha
Áustria, onde o governo retomou o confinamento da população (o quarto desde o início da pandemia).
A taxa da população completamente vacinada na Alemanha é de 67% abaixo de outros países europeus como Portugal (87%), Espanha (80%), Itália (72%) e França (69%), segundo dados do Our World in Data.
Mas a porcentagem dos alemães imunizados é similar à do Reino Unido (67%) e da média da União Europeia (66%) e superior à da Áustria (64%) e de países como Brasil (60%) e Estados Unidos (57%).
A Saxônia, estado no nordeste alemão que tem a menor taxa de vacinação (57%), se tornou nesta quinta a primeira região alemã a registrar um número semanal de casos confirmados acima de 1 mil por 100 mil habitantes.
Covid-19 na Europa
O departamento europeu da Organização Mundial da Saúde (OMS) advertiu, na quarta-feira (25), que a
Covid-19 pode provocar 700 mil mortes no continente até março. A OMS atribui a nova onda de Covid-19 na Europa à proliferação da variante Delta, a uma cobertura insuficiente de vacinação e a uma flexibilização das restrições.
Embora 67% dos moradores da União Europeia estejam completamente vacinados, as diferenças entre países são notórias: apenas 24% dos búlgaros tomaram as duas doses, contra 87% dos portugueses.
Vários países estão endurecendo as medidas de restrição, e elas têm provocado protestos - alguns violentos - em países como Áustria, Bélgica e Holanda.