O governo da Áustria impôs novo confinamento para toda a população a partir de segunda-feira (22), e anunciou que a vacina contra a Covid-19 será obrigatória a partir de fevereiro - é o primeiro país europeu a adotar a imunização compulsória. As medidas foram tomadas porque, além de números recordes de novas infecções pelo Sars-Cov-2, os
hospitais também começam a ser sobrecarregados.
Com cerca de dois terços da população vacinada, a Áustria já havia determinado no começo desta semana que os não imunizados ficassem em casa. "Não conseguimos obter um número suficiente de novas pessoas vacinadas. O bloqueio elevou um pouco as imunizações diárias, mas não o suficiente", disse em entrevista o primeiro-ministro do país, Alexander Schallenberg.
Segundo ele, embora o preferível fosse contar com a responsabilidade das pessoas, tornar obrigatória a vacina contra Covid-19 mostrou-se inevitável para conter a pandemia: "Temos que enfrentar a realidade".
Na quinta (18), o número de novos casos chegou a 15 mil, um salto de 36% sobre os 11 mil do começo desta semana. Com a ampliação geral do confinamento, que pode durar de 10 a 20 dias, a Áustria se torna o terceiro país da União Europeia a reimpor restrições duras à circulação para conter a quarta onda de Covid: a Letônia foi o primeiro, no final de outubro, seguido pela Holanda, na semana passada.
A partir de segunda, apenas estabelecimentos considerados essenciais, como supermercados e farmácias, poderão funcionar. Outras lojas, restaurantes, hotéis, cinemas, bares e qualquer outro local de lazer ficarão fechados.
A medida austríaca reflete uma preocupação disseminada na Europa com o ressurgimento do contágio pelo Sars-Cov-2, em alta há mais de um mês, e agravado nas duas últimas semanas por um crescimento também no número de mortes - embora em nível menor que o do ano passado, quando a vacina ainda não estava disponível.
Bélgica, Irlanda, Suécia, Dinamarca, Grécia, Eslováquia e República Tcheca também apertaram restrições para combater a quarta onda de Covid.