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Internacional

- Publicada em 13 de Abril de 2021 às 12:56

França suspende todos os voos com o Brasil

A variante brasileira P1, considerada mais contagiosa e perigosa, pressionou a decisão

A variante brasileira P1, considerada mais contagiosa e perigosa, pressionou a decisão


THIERRY ZOCCOLAN/AFP/JC
Agência Estado
O governo francês decidiu suspender "até novo aviso" todos os voos entre Brasil e França por causa de preocupações em torno da variante brasileira da Covid-19, anunciou nesta terça-feira (13) o primeiro-ministro Jean Castex. "Constatamos que a situação está se agravando e por isso decidimos suspender até novo aviso todos os voos entre Brasil e França", explicou o chefe de governo durante sessão de perguntas na Assembleia Nacional.
O governo francês decidiu suspender "até novo aviso" todos os voos entre Brasil e França por causa de preocupações em torno da variante brasileira da Covid-19, anunciou nesta terça-feira (13) o primeiro-ministro Jean Castex. "Constatamos que a situação está se agravando e por isso decidimos suspender até novo aviso todos os voos entre Brasil e França", explicou o chefe de governo durante sessão de perguntas na Assembleia Nacional.
A situação de saúde no Brasil não parou de se agravar desde fevereiro, com seguidos recordes de mortes, em parte, devido ao aparecimento de uma variante do vírus, conhecida como P1, considerada mais contagiosa e perigosa. Embora na França a variante brasileira P1 represente apenas 0,5% dos casos diagnosticados, onde a cepa britânica é predominante, os profissionais da saúde vêm alertando há alguns dias para a disseminação dessa cepa. A oposição exigiu que o governo interrompesse os voos com o País.
"No início, pode parecer trivial, depois pode aumentar muito rapidamente", comentou o epidemiologista Antoine Flahaut no jornal Le Parisien.
Com mais de 99.000 mortos e quase 6.000 pacientes em unidades de terapia intensiva, a França ainda sofre com a terceira onda de coronavírus e os indicadores não mostram melhora, deixando em aberto a questão sobre um relaxamento das restrições.

Pressão

A pressão para suspender os voos para o Brasil cresceu na França. O líder da oposição conservadora na Assembleia Nacional, deputado Damien Abad, disse nesta terça-feira que o fechamento das fronteiras é "útil e absolutamente necessário", no momento em que especialistas alertam sobre a gravidade da pandemia no Brasil e recomendam a adoção de um isolamento obrigatório e vigiado de pelo menos dez dias a todos os viajantes provenientes do país.
O pediatra Rémi Salomon, presidente da comissão profissional de médicos que trabalham nos 39 hospitais públicos da região parisiense, defendeu que a França faça como Portugal, que interrompeu temporariamente voos provenientes do Brasil.
Até o momento, a variante brasileira P1 representa apenas 0,5% dos casos diagnosticados no território francês. Mas devido à falta de controle da epidemia no Brasil, as mutações tendem a se multiplicar e se tornar resistentes às vacinas, advertem os especialistas.
O ministro francês dos Transportes, Jean Baptiste Djebbari, havia afirmado na segunda-feira que a França é obrigada a manter as conexões aéreas com o Brasil, segundo um parecer do Conselho de Estado, instância que avalia o cumprimento da Constituição. "O Conselho de Estado nos disse que cidadãos franceses e residentes na França, em nome da liberdade de circulação, devem poder continuar a vir, o que não foi o caso de Portugal ou de outros países", explicou.

Ameaça

O jornal Le Parisien entrevistou vários médicos sobre os riscos que representam as variantes brasileiras. O epidemiologista Antoine Flahault, da Universidade de Genebra, destacou que apesar de a cepa britânica ser atualmente predominante no território francês e nos países europeus, uma mutação vinda do Brasil pode ser a próxima ameaça às campanhas de vacinação na Europa.
"A cepa P1, de Manaus, matou milhares de pessoas na Amazônia, mas agora existe também a variante P2 e a terrível Belo Horizonte, que combina 18 mutações", diz o diário francês. Rémi Salomon também defende nas páginas do Parisien um reforço dos controles nos aeroportos e uma quarentena compulsória dos viajantes.
Atualmente, a entrada de brasileiros ou de europeus provenientes do Brasil foi restringida a mil pessoas por semana nos países da União Europeia, mas basta uma dezena de casos positivos para que a forma mais agressiva da Covid-19 se espalhe no bloco.
O virologista Bruno Lina, membro do conselho científico que assessora o presidente Emmanuel Macron, disse ao jornal francês que a variante brasileira é mais perigosa do que a britânica porque escapa da vacinação. O mesmo acontece com a variante sul-africana.
Enquanto a P1 brasileira é responsável por 0,5% dos casos na França, a cepa sul-africana chegou a 5%. Bruno Lina critica a falta total de controle da epidemia no Brasil, que cria o ambiente para a emergência de mutações do vírus resistentes aos anticorpos produzidos pelos imunizantes, desenvolvido em tempo recorde. 
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