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Geral

- Publicada em 27 de Julho de 2020 às 21:34

Diálise em casa pelo SUS é opção de apenas 7% dos doentes renais no RS

Tratamento impõe riscos devido ao deslocamento, realizado ao menos três vezes por semana

Tratamento impõe riscos devido ao deslocamento, realizado ao menos três vezes por semana


FREDY VIEIRA/Arquivo/JC
Gabriela Porto Alegre
Uma das principais recomendações das entidades de saúde é que, durante a pandemia do novo coronavírus, a população mantenha o distanciamento social. A medida, ainda que seja uma ação preventiva, é inviável para pacientes que necessitam se deslocar para fazer tratamentos médicos como a hemodiálise. A alternativa seria a diálise peritoneal, que pode ser feita em casa, porém, no Rio Grande do Sul, apenas 7% dos que necessitam adotaram o tratamento.
Uma das principais recomendações das entidades de saúde é que, durante a pandemia do novo coronavírus, a população mantenha o distanciamento social. A medida, ainda que seja uma ação preventiva, é inviável para pacientes que necessitam se deslocar para fazer tratamentos médicos como a hemodiálise. A alternativa seria a diálise peritoneal, que pode ser feita em casa, porém, no Rio Grande do Sul, apenas 7% dos que necessitam adotaram o tratamento.
O tratamento tradicional para pacientes com problemas renais impõe o deslocamento ao menos três vezes por semana a uma clínica. Além da exposição no próprio ambiente, muitos ainda precisam lidar com o transporte público. Em contrapartida, um procedimento semelhante, a diálise peritoneal, tem sido ofertado pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Diferentemente da hemodiálise, que utiliza um equipamento para filtrar o sangue e o devolver ao corpo com menos impurezas, a diálise peritoneal usa um equipamento que infunde e drena uma solução especial no abdômen, como se fosse um filtro. A vantagem, segundo o médico nefrologista Dirceu Reis da Silva, é justamente a possibilidade de fazê-lo em casa.
Mesmo sendo uma modalidade de tratamento liberada pelo SUS, a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) estima que apenas 8% dos pacientes brasileiros a utilizem. A baixa adesão, conforme Silva, pode estar ligada a questões culturais e financeiras ou, até mesmo, à falta de conhecimento. "Algumas unidades de diálise, por exemplo, não executam esse tipo de tratamento. Outro fator está ligado à questão cultural, em que médicos costumam recomendar principalmente a hemodiálise", alerta o especialista.
O nefrologista discorre também sobre a questão financeira. "Os pacientes não são cobrados pelo tratamento, porque ele é feito através do SUS. Se o pagamento não cobre o custo, fica difícil manter". Outro motivo a não adesão pelo tratamento, segundo o médico, é que algumas famílias ficam assustadas com a necessidade de cuidarem do seu doente em casa.
No Rio Grande do Sul, mais de 7 mil pacientes fazem tratamento por problemas renais. Destes, 7% optaram pela diálise peritoneal, conforme Silva. O médico reforça a necessidade do diagnóstico precoce para que os pacientes tenham essa possibilidade. "O exame da creatinina é o que detecta a doença renal. Se as pessoas pudessem valorizar esse exame, seria ótimo. O diagnóstico precoce representa uma bandeira permanente, e o grande instrumento disso é um exame simples".
O servidor público Fausto Dalcin, 46 anos, descobriu o problema renal após um exame admissional de um concurso público, que mostrou alterações na creatinina. À época, ele procurou Silva, que foi o responsável pelo tratamento.
Durante 10 anos, Dalcin manteve uma rotina de alimentação saudável, atrelada às medicações. No entanto, há dois anos seus rins pararam de funcionar. Desde então, ele optou pela diálise peritoneal. "Independentemente desse momento de pandemia, fazer esse procedimento em casa compensa muito", diz o paciente. "Se eu tivesse que dar uma nota, seria a máxima, porque posso fazer tudo: trabalhar e praticar exercícios, pois a diálise é feita enquanto durmo."
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