Nova vistoria na praia do Cassino, no Sul gaúcho, mostrou que a lama que havia se concentrado em uma grande faixa de areia recuou e está em uma área bem menor, o que afasta maiores riscos aos banhistas. A informação é da Superintendência de Portos RS, que chegou a emitir recomendação, no fim de semana, para que
fosse interditado um trecho da orla do balneário mais popular no sul do Estado e que pertence a Rio Grande devido a riscos aos banhistas. Não chegou a ocorrer interdição.
Segundo o Porto RS, a situação deve normalizar nos próximos dias. Os guarda-vidas, que atuam na Operação Golfinho no verão, instalaram sinalizações na praia para alertar sobre as zonas que ainda exigem cuidados quando forem entrar na água. É uma faixa de 500 metros entre a estátua de Iemanjá, em direção ao sul, na área mais frequentada. Também mais ao sul, após a Querência, ponto conhecido, há mais um trecho com a lama.
Na areia, uma fina camada de lama marrom, que parece um filme, marca o impacto do material. A lama fluida, como é chamada, é gerada pela movimentação da água e, neste episódio recente, tem relação com a ressaca do mar. A lama vinha sendo monitorada e havia sido detectada em áreas próximas, segundo o diretor de Qualidade, Saúde, Meio Ambiente e Segurança dos Portos, Henrique Ilha.
A lama, segundo Ilha, é efeito da movimentação de materiais vindos do continente, desde solo de áreas de agricultura que é perdido devido ao tipo de manejo de lavouras - e hoje há avanço de plantio de soja na Região Sul, assoreamento de rios e lagoas, perda da mata ciliar e matéria orgânica gerada por resíduos não tratados e que acaba também sendo transportada pela água.