Nesta sexta-feira (20), em razão do Dia da Consciência Negra, clubes, atletas e ex-atletas têm usado as redes sociais para se manifestar sobre o tema e protestar contra o racismo. O São Paulo publicou um vídeo com o jogador Tchê Tchê comentando a realidade dos negros de periferia, que ele viveu por muitos anos e que só começou a mudar após sua ascensão no futebol.
"O direito de sonhar é tirado da periferia", disse o atleta. Ele aponta diversas desigualdades que testemunhou, por exemplo no fato de estudantes com mais dinheiro terem mais oportunidades de ingressar na universidade, ou de negros serem minorias entre médicos, mas maiorias entre manobristas e seguranças.
Muitas vezes criticado por omissão no tema, Pelé também postou em suas redes sociais sobre a data. "Celebraremos o que conquistamos. Mas nunca esqueceremos de cada passo dado e que ainda há uma longa jornada pela frente", diz o texto, acompanhado por uma foto sua.
O Palmeiras publicou dois vídeos exaltando ídolos negros do passado e do presente, como Og Moreira, Liminha, Zé Roberto e Gabriel Jesus. Acrescentou: "Um dia mudamos o nome para sobreviver. Sabemos que as batalhas de dentro e fora de campo nos trouxeram até aqui".
O Corinthians também lembrou sua história e publicou um vídeo no qual defende que lutar contra as desigualdades está no cerne do clube. "Não seríamos Corinthians se a gente se calasse", diz o vídeo, que também pede "basta".
O Bahia, que costuma ser o clube mais ativo da Série A na defesa de causas sociais, lançou um programa de trainee para pessoas negras trabalharem no clube. A iniciativa tem apoio indireto da Organização das Nações Unidas (ONU) e do Observatório da Discriminação Racial no Futebol.
Vários outros times brasileiros também se manifestaram no Twitter, de diferentes formas. Entre eles, Flamengo, Fluminense, Vasco, Botafogo,
Inter, Grêmio, Atlético-MG, Sport, Atlético-GO, Coritiba e Bragantino.