O Grêmio utilizou o Twitter para expor sua contrariedade à brutalidade que ocasionou a morte do homem que era torcedor do São José. "Até quando teremos famílias destruídas e sonhos desfeitos, como os de João e de te tantos outros, pela falta de consciência e o desrespeito à vida humana? Discriminação racial não é algo que possa ser relativizado, mas permanentemente combatido! #ChegaDePreconceito #ClubeDeTodos”, relatou a publicação.
O Inter se manifestou no início da tarde, lamentando que pessoas negras sejam privadas de retornar para suas casas, repudiando veemente atos violentos. “Até quando negros serão impedidos de voltar para suas famílias? Até quando serão vítimas de brutalidade e assassinatos? Lamentavelmente, no Dia da #ConscienciaNegra temos de repudiar mais um ato de violência. Seguimos na luta por uma sociedade sem racismo. #VidasNegrasImportam”, disse o manifesto.
A ligação de Beto, como era conhecido pelos amigos e vizinhos da Vila Farrapos, Zona Norte da Capital, com o futebol era forte. Torcedor fanático do São José, ele era o primeiro a chegar em dia de jogos, e reconhecido por ser uma pessoa do bem e sempre a postos para ajudar quem precisasse.
O clube o qual Beto era torcedor também se manifestou sobre a morte ocorrida na noite da quinta-feira (19): “Mais um caso de violência que escancara a desigualdade de direitos que permeia o dia a dia da sociedade. Seja no futebol ou fora dele, o preconceito estrutural está presente, como uma chaga que cura. Quando se fala em consciência, o que se pede é respeito a cada um, com seus valores e vivências. Chega de preconceito. Chega de desigualdade de direitos. Chega de desigualdade de oportunidades pela cor da pele. Chega de violência!”, pede o time do Passo D’Areia.
A torcida organizada Os Farrapos, do São José, usou suas redes sociais para lamentar a morte do integrante e amigo. “Na noite de hoje (quinta-feira), Beto foi brutalmente espancado e assassinado por 2 seguranças do Carrefour Passo D'areia, há relatos que os seguranças bateram a cabeça dele no chão por diversas vezes e Beto clamava por socorro e pedia para respirar, pois estavam trancando a respiração dele com os joelhos nas costas, bem na parte dos pulmões, infelizmente não resistiu a parada respiratória e acabou falecendo", relatou a publicação.
A Polícia investiga o crime como homicídio triplamente qualificado - motivo fútil, asfixia e recurso que impossibilitou a defesa da vítima. Os dois suspeitos, um de 24 anos e outro de 30 anos, foram presos em flagrante. Um deles é
policial militar temporário e foi levado para um presídio militar. O outro é segurança terceirizado do supermercado e está em um prédio da
Polícia Civil.