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Saúde

- Publicada em 21 de Maio de 2021 às 11:56

Saiba qual a situação das vacinas que ainda não são aplicadas no Brasil

Brasil tem vacina autorizada, mas que não entrou em uso, e outras quatro que passam por análise na Anvisa

Brasil tem vacina autorizada, mas que não entrou em uso, e outras quatro que passam por análise na Anvisa


Cole Burston/Getty Images/AFP/JC
A vacinação contra o novo coronavírus caminha a passos lentos no Brasil. Conforme o Ministério da Saúde, até esta sexta-feira (18), apenas 17.968.145 brasileiros receberam as duas doses do imunizante. Ou seja, apenas 8,4% da população brasileira de 213 milhões de pessoas (estimativa do IBGE) já completou o calendário vacinal e está devidamente protegida contra a Covid-19. Para se ter uma ideia, no Chile, cerca de 40% da população já recebeu a segunda dose.
A vacinação contra o novo coronavírus caminha a passos lentos no Brasil. Conforme o Ministério da Saúde, até esta sexta-feira (18), apenas 17.968.145 brasileiros receberam as duas doses do imunizante. Ou seja, apenas 8,4% da população brasileira de 213 milhões de pessoas (estimativa do IBGE) já completou o calendário vacinal e está devidamente protegida contra a Covid-19. Para se ter uma ideia, no Chile, cerca de 40% da população já recebeu a segunda dose.
As razões para a lentidão no andamento da imunização no Brasil são diversas – demora na assinatura de contratos, demora no ingresso em acordos internacionais, atritos diplomáticos com fornecedores de insumos, entre outros -, todas elas resultando na falta de doses dos imunizantes.
Atualmente, são três as vacinas distribuídas pelo Ministério da Saúde aos estados para aplicação na população: Coronavac/Butantan, AstraZeneca/Oxford/Fiocruz e Pfizer/Biontech.
A Coronavac está em sendo aplicada após aprovação para uso emergencial feito pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 17 de janeiro. Um total de 47,2 milhões de doses da vacina já foram entregues pelo Instituto Butantan.
Já a Covishield, vacina desenvolvida pela farmacêutica AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford e produzida no Brasil pela Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz), teve seu registro definitivo aprovado pela Anvisa no dia 12 de março. Um total de 34,9 milhões de doses da vacina foram entregues aos Ministério da Saúde.
A vacina da Pfizer, por sua vez, obteve o registro definitivo no dia 23 de fevereiro e não é produzida no Brasil, com as doses sendo importadas dos Estados Unidos. Já foram entregues 2,2 milhões de doses para o Programa Nacional de Imunização.
Além das três vacinas em aplicação no País, uma outra já tem a autorização emergencial aprovada junto a Anvisa, enquanto outras quatro aguardam a liberação por parte da agência.
Confira abaixo a situação das vacinas que ainda não estão sendo aplicadas no Brasil:

Janssen

Imunizante é aplicado em dose única, o que pode acelerar a campanha de vacinação

Imunizante é aplicado em dose única, o que pode acelerar a campanha de vacinação


DIRK WAEM/Belga/AFP/JC
Situação: aprovada pela Anvisa para uso emergencial no dia 31 de março, a vacina ainda não está sendo aplicada no Brasil. Conforme o Ministério da Saúde, o contrato assinado com a farmacêutica prevê a entrega de 38 milhões de doses a partir de agosto de 2021.
Público: indicada para indivíduos a partir dos 18 anos de idade
Eficácia: 66% contra casos moderados a graves e 85% somente contra casos graves
A Janssen é um braço farmacêutico da multinacional Johnson & Johnson. Sua vacina é semelhante à da AstraZeneca. A técnica utilizada faz uso do chamado vetor viral. Os cientistas utilizam um tipo de adenovírus que causa o resfriado comum. Ao serem modificados em laboratório, ele não se replica e, assim, não causa resfriado. Outra parte do processo envolve o código genético do próprio novo coronavírus. Ele possui em sua superfície externa uma espécie de coroa, formada pelos chamados “spikes”, que são os responsáveis pela ligação do vírus às células do corpo humano. Para produzir a vacina da Janssen, um pedaço da proteína “S”, presente nesses spikes, é colocado dentro do adenovírus, que funciona como vetor.
Quando a pessoa recebe a vacina que carrega a informação genética do novo coronavírus, o corpo inicia um processo de defesa e produz anticorpos contra o invasor. A resposta imunológica produzida por esse processo cria então uma memória no corpo contra o coronavírus e ensina o próprio corpo a reconhecer e atacar o vírus quando a pessoa entrar em contato com ele.
Diferentemente das vacinas em aplicação no Brasil, o imunizante da Janssen é aplicado em dose única, o que pode acelerar o ritmo da vacinação da população.

Covaxin

Investigações sobre a compra de 20 milhões de doses da vacina indiana foi anulada ainda em 2021

Investigações sobre a compra de 20 milhões de doses da vacina indiana foi anulada ainda em 2021


DIBYANGSHU SARKAR / AFP/ JC
Situação: Em 25 de fevereiro, o Ministério da Saúde anunciou a assinatura de um contrato com o laboratório brasileiro Precisa Medicamentos para a importação de 20 milhões de doses da vacina fabricada na Índia pelo laboratório Bharat Biotech, a serem entregues até o final de maio. No início de março, a Precisa Medicamentos ingressou com pedido de autorização emergencial do imunizante. Também em março, a Anvisa negou o certificado de boas práticas de fabricação pela Bharat Biotech e, no dia 31 daquele mês, negou o pedido de importação das doses realizado pelo Ministério da Saúde. A vacina teve autorização, na segunda semana de maio, para a realização de um ensaio clínico no Brasil, e o Ministério da Saúde estuda fazer um novo pedido. No momento, a vacina não está autorizada para uso no país.
Público: indicada para indivíduos a partir dos 18 anos de idade
Eficácia: 78% em geral e 100% para casos graves
A Covaxin é uma uma vacina de vírion (partícula viral infecciosa) inteiro inativado. Em laboratório, os cientistas selecionam uma amostra isolada do novo coronavírus e o cultivam. Após isso, ele inativado, perdendo, assim, a capacidade de se multiplicar, mas mantendo suas proteínas. O vírus inativado, então, é misturado a uma substância que fortalece a resposta imune (um adjuvante). Ao entrar no organismo da pessoa, os vírus inativados despertam a resposta imunológica.
O estudo autorizado no Brasil prevê a aplicação de duas doses, com 28 dias de intervalo. A previsão é de que 4.500 voluntários sejam envolvidos no Brasil, nos seguintes estados: São Paulo (3.000), Rio de Janeiro (500), Bahia (500) e Mato Grosso (500). O estudo da vacina também está sendo conduzido na Índia com outros 26,3 mil voluntários, totalizando 30.800 voluntários no estudo global

Sputnik V

Imunizante tem 97,6% de eficácia, conforme resultados da aplicação na população russa

Imunizante tem 97,6% de eficácia, conforme resultados da aplicação na população russa


PRESS OFFICE OF THE REPUBLIC OF SAN MARINO/AFP/JC
Situação: O laboratório brasileiro União Química ingressou com pedido de uso emergencial da vacina russa no dia 15 de janeiro. Quando e se aprovada, a vacina, desenvolvida pelo Instituto Gamaleya, será produzida no Brasil pela União Química. Até o momento, a Anvisa segue analisando a documentação enviada. Conforme a agência, a análise de apenas 13,1% das informações já foi concluída. Outros 7,6% dos documentos estão sendo analisados, enquanto 63,7% aguardam complementação e 15,4% não foram apresentados ainda. Nesta quinta-feira (20), o laboratório brasileiro liberou o primeiro lote de 100 mil doses da vacina fabricados no Brasil, na cidade paulista de Guarulhos. Segundo a União Química, a capacidade de produção no País é de oito milhões de doses ao mês. No dia 12 de março, o Ministério da Saúde assinou contrato para a compra de 10 milhões de doses do imunizante.
Público: indicada para indivíduos a partir dos 18 anos de idade.
Eficácia: 91,6% conforme estudo publicado na revista médica The Lancet, e 97,6% segundo as taxas de infecção de 3,8 milhões de russos vacinados entre 5 de dezembro de 2020 e 31 de março de 2021.
A Sputnik V utiliza tecnologia semelhante à vacina da Janssen. Aplicada em duas doses, a vacina utiliza a tecnologia do vetor viral. A diferença está no fato de a vacina russa utiliza dois tipos diferentes de adenovírus que causa o resfriado comum em humanos como vetores. O novo coronavírus possui uma espécie de coroa com espinhos que é a responsável pela conexão com as células humanas. Os cientistas retiram um trecho do material genético do novo coronavírus responsável por codificar a proteína que forma essa coroa e o inserem nos dois tipos de adenovírus.
Após receber a vacina, o vetor entra nas células humanas, que sintetizam a proteína do novo coronavírus. Assim, o organismo inicia a produção de anticorpos contra esse invasor, gerando a resposta imunológica.

Butanvac

Vacina do Instituto Butantan não precisa de insumos importados para a fabricação

Vacina do Instituto Butantan não precisa de insumos importados para a fabricação


Christof STACHE / AFP/ Divulgação/ JC
Situação: A Butanvac foi criada pelo Instituto Butantan, de São Paulo, e conta com parceria do hospital Mount Sinai (EUA), que desenvolveu o vírus que é utilizado como vetor, e da Universidade do Texas (EUA), que desenvolveu a proteína S, presente no novo coronavírus e usada na criação da vacina. Produzida totalmente no Brasil, sem a necessidade da importação de insumos, a Butanvac. O Instituto Butantan pediu autorização à Anvisa para a realização de estudos clínicos em humanos no dia 26 de março. Conforme nota publicada na quarta-feira (19) pela agência federal, a aprovação dos testes “depende da apresentação pelo Butantan do protocolo de estudo clínico atualizado e de alguns esclarecimentos adicionais sobre o imunizante”. Assim, não há prazo definido para o início dos testes e, tampouco, para uma futura autorização para uso.
Eficácia: como ainda não foram realizados testes em humanos, não há informação da eficácia do imunizante
A tecnologia da ButanVac também utiliza um vetor viral que contém a proteína Spike do coronavírus de forma íntegra. No caso desta vacina, porém, toda a proteína, e não apenas um trecho dela, é utilizada. O vírus utilizado como vetor é o da Doença de Newcastle, uma infecção que afeta aves. Por esta razão, ele se desenvolve bem em ovos embrionados permitindo eficiência produtiva num processo similar ao utilizado na vacina da gripe. O vírus da Doença de Newcastle não causa sintomas em seres humanos, amentando a segurança na produção. Para a produção do imunizante, o vetor é inoculado em ovos de galinha, onde se multiplicam durante, aproximadamente, 72h. Após isso, o líquido alantóico, onde se concentra o vírus replicado, é retirado dos ovos para, em seguida, passar pelos processos de purificação, inativação e filtração. Em cerca de 11 dias, a vacina está finalizada.

CanSino

Anvisa tem até o meio da próxima semana para dar resposta sobre pedido de uso emergencial

Anvisa tem até o meio da próxima semana para dar resposta sobre pedido de uso emergencial


Serviços de Relações Exteriores do México SRE/Divulgação/JC
Situação: Desenvolvida pelo laboratório chinês CanSino Biologics, em parceria com o Instituto de Biotecnologia de Pequim e a Academia de Ciências Médicas Militares da China a vacina teve pedido para uso emergencial no Brasil protocolado no dia 18 deste mês. O pedido foi realizado pela Belcher Farmacêutica, representante do laboratório chinês no País. De acordo com a Anvisa, a análise da documentação já iniciou. Caso todos os requisitos legais tenham sido cumpridos pela empresa, a agência tem um prazo de 7 dias úteis para manifestar sua decisão. O Ministério da Saúde já estuda a assinatura de um contrato para adquirir doses caso a vacina seja autorizada pela Anvisa.
Público: indicada para indivíduos a partir dos 18 anos de idade
Eficácia: 65% para todos os casos sintomáticos e 90,07% para casos graves
Até o momento, há poucas informações disponíveis sobre o imunizante. Sabe-se que, assim como as vacinas Sputnik V e da Janssen, a CanSino utiliza um adenovírus humano não replicante (incapaz de se multiplicar no organismo humano) como vetor viral, sendo desenvolvida de maneira bastante semelhante. O imunizante é replicante é aplicado em apenas uma dose. Os ensaios clínicos da Convidecia, nome da vacina, foram desenvolvidos no Paquistão, na Rússia, no Chile, na Argentina e no México.