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Saúde

- Publicada em 13 de Maio de 2021 às 14:04

Saiba quais são as diferenças entre as vacinas disponíveis no Brasil

Vacinação contra a doença no Brasil começou no dia 17 de janeiro

Vacinação contra a doença no Brasil começou no dia 17 de janeiro


Win McNamee/Getty Images/AFP/JC
A vacinação contra o novo coronavírus segue avançando a passos lentos no Brasil, com riscos reais, inclusive, de um apagão no fornecimento de imunizantes em razão de atrasos no fornecimento de insumos para que os dois produtores de imunizantes no Brasil, o Instituto Butantan e a Fiocruz.
A vacinação contra o novo coronavírus segue avançando a passos lentos no Brasil, com riscos reais, inclusive, de um apagão no fornecimento de imunizantes em razão de atrasos no fornecimento de insumos para que os dois produtores de imunizantes no Brasil, o Instituto Butantan e a Fiocruz.
Até esta quinta-feira (13), o Brasil vacinou 33,3 milhões de pessoas, conforme o Ministério da Saúde. Destas, 15,8 milhões já recebeu a segunda dose do imunizante. No Rio Grande do Sul, um total de 2.613.336 pessoas foram imunizadas, sendo que 1.080.582 já receberam a dose 2.
Atualmente, são quatro as vacinas aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para uso em território nacional: Coronavac, AstraZeneca, Pfizer e Janssen. As três primeiras estão sendo aplicadas pelo Programa Nacional de Imunização.
Desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac, a Coronavac é produzida no Brasil pelo Instituto Butantan. Um total de 46,1 milhão de doses da vacina já foi entregue pelo Butantan ao Ministério da Saúde.
Já a Covishield, conhecida pelo nome dos desenvolvedores, AstraZeneca/Oxford, é produzida no Brasil pela Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz). Já foram entregues 30,1 milhões de doses ao Programa Nacional de Imunizações.
A vacina da farmacêutica Pfizer, por sua vez, denominada Comirnaty, não é produzida no Brasil, e estão chegando ao País importadas dos Estados Unidos. Ao todo, em três remessas, já foram entregues ao governo federal 2,2 milhões de doses.
Em razão das diferentes vacinas disponíveis para aplicação no País, muitas dúvidas surgem a respeito de qual vacina é melhor, qual protege mais, qual ocasiona menos reações adversas. Não são raros os relatos de pessoas que se negaram a serem vacinadas quando ficaram sabendo qual imunizante iriam receber, preferindo deixar para se imunizar em outra ocasião.
As autoridades de saúde salientam que todas as vacinas disponíveis são eficazes e seguras e que a população deve receber àquela que estiver no local de vacinação.
Para ajudar no esclarecimento da população, o Jornal do Comércio apresenta as três vacinas em uso atualmente no Brasil, explica suas diferenças, as tecnologias envolvidas em seus desenvolvimentos, os esquemas vacinais e o quanto cada uma delas é eficaz para combater a Covid-19.

Coronavac

Instituto Butantan já entregou 46,1 milhões de doses para o Ministério da Saúde

Instituto Butantan já entregou 46,1 milhões de doses para o Ministério da Saúde


Itamar Aguiar/Palácio Piratini/Divulgação/JC
Público: indicada para indivíduos a partir de 18 anos ou mais.
Situação: A vacina foi aprovada pela Anvisa para uso emergencial e ainda aguarda o registro definitivo.
Eficácia:
  • Geral: 50,4% após as duas doses
  • Casos leves: 78%
  • Casos moderados e graves: 100%
A vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac e produzida no Brasil pelo Instituto Butantan foi a primeira aprovada para uso emergencial no País e utiliza o vírus SARS-CoV-2 inativado, ou seja, o “vírus morto” para gerar resposta imunológica no organismo. A técnica já é conhecida na ciência, sendo a mesma utilizada para a produção de vacinas contra a gripe e a poliomielite, por exemplo.
Por estar inativado – são utilizadas apenas partes do vírus que permitem ao sistema imune reconhecê-lo - não há possibilidade de que a vacina resulte no desenvolvimento da doença por parte de quem a recebe.
O processo de produção do imunizante consiste, portanto, em inativar o novo coronavírus por meio da adição de substâncias químicas, impossibilitando-o de se multiplicar e, assim, ficando incapaz de infectar as células humanas.
Assim que a vacina é aplicada, células de defesa do organismo reagem às partes do novo coronavírus dando início à produção de anticorpos. O esquema de vacinação da Coronavac é de duas doses com diferença de 14 a 28 dias entre elas.

AstraZeneca

A Fiocruz já entregou 30,1 milhões de doses da Covishield

A Fiocruz já entregou 30,1 milhões de doses da Covishield


Christof STACHE / AFP/ Divulgação/ JC
Público: indicada para indivíduos a partir de 18 anos ou mais.
Situação: A vacina já tem o registro definitivo na Anvisa.
Eficácia:
  • Geral: 76% após a primeira dose e 82,4% após a segunda dose
  • Casos graves: 100%
A Covishield é a vacina desenvolvida pelo laboratório farmacêutico AstraZeneca em parceria com a universidade britânica de Oxford. No Brasil, ela é produzida pela Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz).
A técnica utilizada para a criação do imunizante da AstraZeneca faz uso do chamado vetor viral. Nos laboratórios, os cientistas utilizam o adenovírus que infecta chimpanzés causando resfriados no animal. O adenovírus é manipulado geneticamente para inserir o gene da proteína “Spike” (proteína “S”) do Sars-CoV-2. Os adenovírus que compõem a vacina não podem se replicar na pessoa vacinada (vírus não-replicante), mas são reconhecidos por nossas células, que desencadeiam uma resposta imunológica específica para a proteína S, gerando anticorpos e outras células (células T) contra o novo coronavírus.
O esquema vacinal prevê a aplicação de duas doses, com diferença de 4 a 12 semanas entre elas.
A tecnologia utilizada é nova, sendo a primeira vez em que se usa o adenovírus de chimpanzé para a sua produção. Anteriormente, vacinas desenvolvidas com o adenovírus humano já foram desenvolvidas contra o ebola.
Diferentemente da Coronavac, a vacina da AstraZeneca utiliza um vírus enfraquecido, mas ainda vivo. Portanto, aconselha-se que pessoas com imunodeficiência devem consultar seu médico antes de receber as duas doses.

Pfizer

Importada dos EUA, 2,2 milhões de doses da Comirnaty já chegaram ao Brasil

Importada dos EUA, 2,2 milhões de doses da Comirnaty já chegaram ao Brasil


JUSTIN TALLIS/various sources/AFP/JC
Público: indicada para indivíduos a partir de 16 anos ou mais.
Situação: A vacina já tem o registro definitivo na Anvisa.
Eficácia:
  • Geral: 95% após a segunda dose
A Comirnaty, como é chamada a vacina desenvolvida pela farmacêutica Pfizer, é baseada no RNA mensageiro, ou mRNA, que ajuda o organismo a gerar a imunidade contra o coronavírus, especificamente o vírus SARS-CoV-2. A ideia é que o mRNA sintético dê as instruções ao organismo para a produção de proteínas encontradas na superfície do vírus.
Uma vez produzidas no organismo, essas proteínas (ou antígenos) estimulam a resposta do sistema imune resultando, assim, potencialmente em proteção para o indivíduo que recebeu a vacina. Conforme a empresa, a técnica, na qual apenas um pedaço de material genético é usado em vez de todo o vírus, nunca havia sido feita antes.
Conforme a farmacêutica, a eficácia máxima da vacina é atingida após a aplicação de duas doses, com um intervalo de 21 dias entre ambas.
O imunizante da Pfizer exige um armazenamento diferenciado. A vacina pode ser armazenada a temperatura - 90º C a - 60º C por até 6 meses, entre - 25º C a - 15º C por um período único de duas semanas e em temperatura de refrigerador entre 2º C a 8º C por cinco dias. A companhia desenvolveu uma embalagem para armazenamento na temperatura necessária a base de gelo seco. Nesta embalagem, os frascos de vacina podem ser mantidos por até 30 dias, desde que seja feita a manutenção do gelo seco.
Fontes:
Anvisa
Instituto Butantan
Secretaria Estadual da Saúde de Minas Gerais
Fiocruz
Pfizer