Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Coronavirus

- Publicada em 16 de Abril de 2021 às 17:53

Comitê cientifico analisa Covid-19 na educação básica e aponta baixa frequência de contaminação e risco

Reabertura de escolas no RS divide opiniões e depende de decisão do STF

Reabertura de escolas no RS divide opiniões e depende de decisão do STF


SEBASTIEN BOZON/AFP/JC
Fernanda Crancio
Embora ainda sub judice, a volta às aulas presenciais, defendida pelos Executivos estadual e municipal, ainda divide opiniões e mobiliza a sociedade gaúcha. Nesta semana, o tema foi alvo de apontamento do Comitê Científico de Apoio ao Enfrentamento à Pandemia da Covid-19 no RS, que apresentou atualização das evidências sobre a Covid-19 na educação básica. No documento, os especialistas reforçam que o papel das crianças na transmissão da doença ainda não é totalmente compreendido, e ressaltam que as escolas que reabriram não foram focos de transmissão. A análise aborda ainda como o fechamento das escolas pode afetar as crianças em diferentes aspectos e aponta que o melhor aprendizado ocorre presencialmente.
Embora ainda sub judice, a volta às aulas presenciais, defendida pelos Executivos estadual e municipal, ainda divide opiniões e mobiliza a sociedade gaúcha. Nesta semana, o tema foi alvo de apontamento do Comitê Científico de Apoio ao Enfrentamento à Pandemia da Covid-19 no RS, que apresentou atualização das evidências sobre a Covid-19 na educação básica. No documento, os especialistas reforçam que o papel das crianças na transmissão da doença ainda não é totalmente compreendido, e ressaltam que as escolas que reabriram não foram focos de transmissão. A análise aborda ainda como o fechamento das escolas pode afetar as crianças em diferentes aspectos e aponta que o melhor aprendizado ocorre presencialmente.
Em mais de 40 páginas, o documento analisou a prevalência da doença entre as crianças, o risco de surtos, as medidas de mitigação para diminuir a progressão da Covid-19 nas escolas, situações que podem impactar na infecção e mortalidade, e os efeitos do afastamento escolar, bem como da reabertura das instituições. Entre as evidencias apresentadas, ressaltou ainda que estudos recentes mostraram que, mesmos em períodos de aumento de infecção comunitária da Covid-19, as escolas não foram focos de transmissão. "Os surtos foram associados a uso inapropriado de máscara, realização de esportes em locais fechados, confraternização e lanches de professores e funcionários", justifica o estudo.
A análise evidencia ainda que entre 70% e 80% dos casos de contaminação de crianças pelo coronavírus se deu pela família, e não na escola, com uma forte ligação entre o número de surtos e a transmissão local. Ou seja, a abertura de escolas não levou ao aumento da disseminação. Como exemplo, citam o caso de uma escola de Israel, onde um surto confirmado após 10 dias de reabertura foi confirmado porque as turmas estavam lotadas, não tinham ventilação nas salas e não havia exigência para o uso de máscara. "Os surtos foram associados a uso inapropriado de máscara, realização de esportes em locais fechados, confraternização e lanches de professores e funcionários", destaca.
Entre as ações sugeridas pelos especialistas para o momento de volta às atividades escolares presenciais estão a intensificação das medidas de higiene e de saúde, como o hábito de lavar as mãos e de manter a etiqueta respiratória (tossir e espirrar no cotovelo), garantias ao acesso a água potável, ao saneamento básico e a produtos de limpeza e higiene, "para permitir a lavagem das mãos e garantir a segurança alimentar".
Promover uma comunicação efetiva acerca dos cuidados necessários para todos os trabalhadores das escolas, bem como intensificar a colaboração da comunidade escolar também estão entre os apontamentos. Outras recomendações sugerem "sempre que possível usar espaços ao ar livre". Segundo o comitê, é necessário ainda avaliar periodicamente os efeitos da reabertura das escolas, de acordo com os objetivos educacionais, saúde e bem-estar de todos, tendência de evasão escolar e impactos do ensino remoto na aprendizagem.
Em resumo, o documento também se atém às evidências da doença sobre as crianças da educação básica, que apontam baixa frequência e risco, com exceção aos que apresentem comorbidades. Segundo o texto, os sintomas nessas faixas etárias são leves ou não ocorrem. Sobre os casos de Síndrome Inflamatória Multissistêmica, que pode acometer crianças contaminadas, aponta ainda que "raramente, alguns podem desenvolver doenças graves como a síndrome", sendo que a maioria se recupera com tratamento.
No entanto, o comitê reforça que "o papel das crianças na transmissão ainda não é totalmente compreendido", podendo se infectar e espalhar o vírus para outras pessoas. O estudo revela que a chance de uma criança transmitir a doença para um adulto é, em geral 50% menor do que o contrário, e que crianças e adolescentes representam cerca de 8% dos casos notificados (e 29% da população global).
Somente no RS, crianças até 9 anos representam cerca de 3% dos casos notificados (e 12,3% da população do Estado), 0,6% das internações e 0,1% dos óbitos. Na faixa de 10 a 19 anos são cerca de 6% dos casos notificados (e 13,4% da população do Estado), 0,6% das internações e 0,1% dos óbitos.
Por fim, a análise aborda como o fechamento das escolas pode afetar as crianças em diferentes aspectos, apontando que o melhor aprendizado ocorre presencialmente. Além disso, esse aspecto é justificado a partir de dados que comprovam que a ida às aulas causa diminuição em índices como os de maus-tratos. A falta de acesso ao ambiente digital e de suporte ao aprendizado, bem como a insegurança alimentar e o aumento do sedentarismo e de sintomas emocionais - ansiedade, depressão, irritabilidade e falta de atenção - também foram destacados pelo comitê.
 

Relação Covid x Crianças

  • Crianças de todas as idades podem ser infectadas e espalhar o vírus para outras pessoas;
  • Os estudos, até o momento, mostram menor disseminação entre crianças abaixo de 10 anos
  • A infecção ocorre com mais frequência em adolescentes do que em crianças;
  • A Covid-19 apresenta baixo risco para crianças;
  • A chance de uma criança transmitir a doença para um adulto é, em geral 50% menor do que de um adulto transmitir
  • Crianças e adolescentes representam cerca de 8% dos casos notificados (29% da população global);
  • Atualmente, no RS, crianças até 9 anos representam cerca de 3% dos casos notificados ( 12,3% da população no Estado), 0,6% das internações e 0,1% dos óbitos.
  • Na faixa de 10 e 19 anos, há cerca de 6% dos casos notificados (13,4% da população do RS) 0,6% das internações e 0,1% dos óbitos
Fonte: Comitê Científico
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO