O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), anunciou nesta sexta-feira (10) que o Palácio Piratini vai distribuir cloroquina a 29 hospitais do Estado para o tratamento da Covid-19. O uso do medicamento foi o principal fator do atrito entre o presidente da República, Jair Bolsoanro (sem partido), e o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.
“Estamos ampliando a distribuição de cloroquina, ainda que estudos sobre a eficácia (no tratamento de coronavírus) ainda não sejam conclusivos”, anunciou Leite durante entrevista transmita pelo Facebook. Segundo o governador, serão 1250 tratamentos distribuídos pelo Estado e serão aplicados seguindo o protocolo do Ministério da Saúde.
A cloroquina será destinada aos pacientes hospitalizados em estado grave com a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARG) e diagnosticados com Covid-19. O diretor da assistência farmacêutica do Estado, Roberto Schneiders, explicou que o medicamento será usado “como tratamento complementar a esses pacientes” e reforçou que “está altamente contraindicada a automedicação” do remédio. “A cloroquina tem efeitos colaterais, pode gerar problemas cardíacos e pode conflitar com outros medicamentos”, disse Schneiders.
Leite disse que, “diante de situação de gravidade, os efeitos colaterais se tornam menos relevantes” frente ao impacto do vírus no organismo humano, e por isso direcionará o medicamento a esses pacientes.
O governo criou um sistema online para controlar o estoque de cloroquina nesses 29 hospitais, com dados sobre onde, quando e em que quantidade o medicamento será aplicado em cada unidade.
Madetta é cauteloso quanto ao tema. No comanda da pasta da Saúde, tem defendido seguir estritamente os protocolos da OMS e se vê na iminência da demissão por confrontar o presidente da República em questões técnicas de saúde.
Confira outros anúncios feitos pelo governador durante o pronunciamento: