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Porto Alegre proíbe produtores de fora e inviabiliza feiras de orgânicos
Schardosim e o filho venderam os produtos em um galpão improvisado no Centro da Capital
PATRICIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC
Patrícia Comunello
Quem foi às feiras ecológicas na rua José Bonifácio, ao lado do Parque da Redenção, em Porto Alegre, levou um susto nesse sábado (28). Não havia bancas de venda de hortigranjeiros, a maioria das 138 que habitualmente estariam na área e que fazem parte das Feira dos Agricultores Ecologistas, que completou 30 anos e foi a primeira de orgânicos do Brasil, e da Feira Ecológica do Bom Fim.
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Quem foi às feiras ecológicas na rua José Bonifácio, ao lado do Parque da Redenção, em Porto Alegre, levou um susto nesse sábado (28). Não havia bancas de venda de hortigranjeiros, a maioria das 138 que habitualmente estariam na área e que fazem parte das Feira dos Agricultores Ecologistas, que completou 30 anos e foi a primeira de orgânicos do Brasil, e da Feira Ecológica do Bom Fim.
O artigo 10 do decreto 525/2020, publicado em 22 de março pela prefeitura com novas regras para serviços essenciais na pandemia de coronavírus, manteve o funcionamento das feiras de hortigranjeiros ao ar livre, mas sem produtores de fora da Capital. A medida inviabilizou o comércio em oito feiras de orgânicos que ocorrem em diversos locais durante a semana na Capital, segundo os organizadores. A proibição vale para todas as feiras.
Um comitê para lidar com as medidas ligadas ao Covid-19 criado pelos feirantes, que precisam adotar distanciamentos e também cuidados com desinfecção e higiene, tentou durante a semana passada mudar a restrição. Pedidos foram enviados à prefeitura. Como até sexta-feira (27) não houve resposta, a orientação foi de cancelar os eventos e buscar a venda por meio de canais digitais com entrega em pontos combinados.
Canteiro central da rua José Bonifácio vazio no sábado, onde teria dezenas de bancas e movimento de clientes. Foto: Anahi Fros/Divulgação
Romildo Hahn Schardosim, que veio de Dom Pedro de Alcântara, no Litoral Norte e a 200 quilômetros de Porto Alegre, diz que a notícia do decreto deixou os produtores em situação muito difícil. "Estamos acostumados com a rua José Bonifácio, fazemos feira lá há 18 anos. A gente ficou sem opção de onde entregar as nossas coisas", contou Schardosim. "Vim entregar o que consegui vender pelo Whatsapp", conta ele.
Para conseguir ter uma venda mínima, os produtores abriram canais virtuais para que frequentadores das fairas pudessem fazer encomendas e retirar no sábado em um galpão no Centro Histórico. Virou uma central de distribuição improvisada.
"O que sobrou das encomendas estou tentando vendendo", disse o agricultor, que estava com o filho Vitor. Mais alguns feirantes também levaram caixas com verduras e frutas para tentar vender e compensar a perda da ausência na rua José Bonifácio. "Estamos vendendo para salvar o nosso dinheiro, mas o movimento está 30% do que seria. Já tinha caído por causa do 'corona'".
Schardosim diz que a intenção é voltar ao Parque da Redenção, se não vão continuar a entregar no galpão e fazer a pré-venda pela internet. O problema é que o local não comporta todos os feirantes.
O secretário interino de Desenvolvimento Econômico, Leandro Balardin, confirmou que há a restrição "momentânea" para os feirantes de fora e que recebeu a demanda do setor. "Está em análise e deliberação", informou Balardin, em mensagem pelo aplicativo WhatsApp.
Apesar da proibição, outras feiras como a do Largo da Epatur, no bairro Cidade Baixa, e da rua Vasco da Gama, no bairro Bom Fim, funcionaram no sábado. Pessoas que estiveram em outras feiras com hortigranjeiros de produção não orgânica informaram ao Jornal do Comércio que havia produtores de fora entre as bancas que estavam comercializando produtos, caso das feiras na rua Pedro Santa Helena, no bairro Jardim do Sal, e na rua Vasco da gama, no bairro Bom Fim.