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Sustentabilidade

- Publicada em 17 de Outubro de 2019 às 21:39

Primeira feira ecológica do País completa 30 anos no sábado

Agricultores familiares, divididos em 44 bancas, atendem entre 7h e 13h

Agricultores familiares, divididos em 44 bancas, atendem entre 7h e 13h


/GILMAR LUÍS/Arquivo/JC
São poucas as coisas que duram, ininterruptamente, três décadas no Brasil. Assim, quando uma atividade chega aos 30 anos de existência, motivos não faltam para celebrar. E a comemoração deste sábado promete movimentar o bairro Bom Fim, na Capital. Primeira feira ecológica do Brasil, a Feira dos Agricultores Ecologistas (FAE) celebra seu trigésimo aniversário com uma série de atividades para produtores e frequentadores.
São poucas as coisas que duram, ininterruptamente, três décadas no Brasil. Assim, quando uma atividade chega aos 30 anos de existência, motivos não faltam para celebrar. E a comemoração deste sábado promete movimentar o bairro Bom Fim, na Capital. Primeira feira ecológica do Brasil, a Feira dos Agricultores Ecologistas (FAE) celebra seu trigésimo aniversário com uma série de atividades para produtores e frequentadores.
Localizada na primeira quadra da avenida José Bonifácio, ao lado do Parque da Redenção, a feira acontece todos os sábados, das 7h às 13h, e reúne 44 bancas de 140 famílias de agricultores ecologistas. No local, são comercializados hortaliças, frutas, grãos, raízes, tubérculos, laticínios, mel, produtos de padaria e agroindustrializados (geleias, sucos, doces e bolos) com certificação orgânica. Além de não fazer uso de agrotóxicos no cultivo, os agricultores que vendem seus produtos na FAE tomam uma série de medidas que visam a preservação do solo, água, ar, terra, flora e fauna nas propriedades. Cerca de 10 mil pessoas passam pela atividade em cada edição.
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A comemoração do aniversário começa às 8h de sábado, com um café da manhã coletivo, no qual consumidores e agricultores familiares levarão alimentos produzidos por si mesmos para compartilhar.
A festa seguirá durante toda a manhã com atividades culturais (mística retratando a ligação do agricultor com a terra e show musical com Rose Nascente), a segunda edição da Rádio Feira (que será transmitida ao vivo via redes sociais da FAE), o Abraço à Feira (unindo feirantes e consumidores parceiros) e o parabéns com bolo orgânico.
Entre as novidades que serão apresentadas no sábado está a inauguração do Espaço Multiuso, todo feito em Bambu, que servirá como praça de alimentação e para a realização de atividades culturais e de educação ambiental. A Feira também irá promover uma edição extra do Sábado Sem Sacolas Plásticas, que normalmente acontece no último final de semana de cada mês. A ação de conscientização visa eliminar as sacolas plásticas da FAE e da Feira Ecológica do Bom Fim (FEBF).
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Mais que um ponto de comércio, um novo conceito de sociedade

Conforme a produtora Márcia Riva, da Cooperativa Pão da Terra, que comercializa pães e hortaliças há 24 anos na feira, o público mudou no decorrer do tempo. Inicialmente, quem frequentava a feira era engajado com as causas ambientais. Atualmente, o cenário mudou, com uma diversidade de frequentadores, de crianças a idosos.
"Somos uma experiência exitosa para toda a América do Sul. As pessoas não vão à FAE apenas para comprar. Elas vão para conversar, para aprender sobre os processos de produção. Muitos estudantes vão até à feira para beber daquela fonte. Somos um grande laboratório. Criamos muito mais do que um a relação de comércio. Criamos uma relação de amizade e parceria com os consumidores, que começam indo na nossa banca e acabam indo nas nossas propriedades rurais para conhecer nosso trabalho", destaca Márcia.
Presente na feira desde 1996, o produtor Irineu Cesar Scheuer - que comercializa laticínios - destaca a demanda crescente por produtor orgânicos como um sinal de que a população está se dando conta da importância de investir em saúde mudando hábitos alimentares. "É um mercado que cresce cerca de 20% ao ano", ressalta.
Com a crescente preocupação em relação ao uso de agrotóxico nas grandes propriedades rurais, os produtores percebem uma maior procura por alternativas saudáveis de alimentação. "Temos cada vez mais convicção no fortalecimento do consumo de produtos agroecológicos. Muitas pessoas vão à feira a partir de um processo de doença. Nós, pequenos agricultores ecologistas, temos uma tarefa muito importante, que não é apenas produzir os alimentos, mas sermos um instrumento de informação e esclarecimento. Estamos levando saúde para a população. Temos um produto de qualidade, bonito e sem veneno", salienta Márcia. A ideia de que a FAE e as demais feiras ecológicas não se restringe ao um espaço de compra e venda de produtos é reforçada por Scheuer. "A feira não é só um ponto de comércio. É um conceito de sociedade", observa.
Uma das justificativas mais ouvidas quando se pergunta às pessoas o porquê de não comprarem produtos orgânicos está no alto preço. Quem produz, não nega que os alimentos agroecológicos custam mais ao consumidor do que os produzidos de modo convencional. Entretanto, alertam para dois pontos importantes a serem considerados. "Quando se compra um produto agroecológico nas feiras, há um determinado preço, que é inferior àquele que se encontra por produtos semelhantes nos supermercados. Nos supermercados, o preço é muito maior. Comprar direto com o produtor fortalece a economia local e cria uma alimentação afetiva, pois o consumidor sabe quem produz. Assim, ele percebe que está pagando um preço justo", diz Márcia.
Scheuer exemplifica com seu caso concreto um dos motivos do valor cobrado ser maior. "Comprar orgânicos na feira é muito mais barato do que no supermercado. O preço maior se dá pela menor quantidade produzida e pelos custos maiores em insumos. Por exemplo, uma vaca na produção convencional gera de 30 a 35 litros de leite por dia. Na produção orgânica, dá 10, no máximo 12 litros diariamente", destaca.