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Energia

Not�cia da edi��o impressa de 20/04/2021. Alterada em 03/05 �s 14h48min

RGE ir� investir R$ 5 bilh�es at� 2025 no Rio Grande do Sul

Marco Antonio Villela de Abreu diz que desafios com temporais s�o enormes na �rea da empresa

Marco Antonio Villela de Abreu diz que desafios com temporais s�o enormes na �rea da empresa


/ALEXANDRO AULER/arquivo/JC
Jefferson Klein
Pela primeira vez desde que uniu as operações com a AES Sul, empresa adquirida em 2016 pela sua controladora CPFL, a RGE conseguiu, em 2020, ficar dentro dos limites dos indicadores de qualidade FEC (número de vezes que o cliente fica sem energia elétrica ao longo de um ano) e DEC (tempo médio que cada consumidor fica sem fornecimento ao longo de um ano). O presidente da distribuidora, Marco Antonio Villela de Abreu, informa que a empresa reduziu em mais de três horas esse último indicador. Conforme dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o DEC apurado da concessionária foi de 10,83 horas, contra um limite de 11 horas, e o FEC foi de 5,27 vezes, tendo um limite de 8,15. Abreu comenta ainda que, para qualificar o atendimento, a companhia planeja investir cerca de R$ 5 bilhões entre 2021 e 2025. Ano passado, foram investidos R$ 960 milhões.
Jornal do Comércio - A pandemia de coronavírus atrapalhou o plano de investimentos da RGE?
Marco Antonio Villela de Abreu - Apesar de tudo, nós investimos (no ano passado) 9% acima do que em 2019. Fechamos 2020 com um pouco mais de R$ 960 milhões em investimentos. Os recursos foram aplicados em ampliações de subestações, novos alimentadores, linhas de transmissão, interligações e fizemos no ano passado o maior volume de manutenção da nossa história. A RGE tem 153 mil quilômetros de redes e fizemos 20 mil quilômetros de manutenção. Todas as obras físicas previstas foram concluídas. O grande destaque foi a melhoria na qualidade do fornecimento de energia. Nós reduzimos o DEC em mais de três horas, se comparado a 2019. Já conseguimos chegar dentro da meta regulatória, que era um desafio para a RGE.
JC - É a primeira vez que a RGE consegue enquadrar tanto o DEC como o FEC dentro dos limites regulatórios?
Abreu - O FEC já estava, mas os dois juntos é a primeira vez após o agrupamento. Na RGE antiga a gente já tinha conseguido, mas no final de 2016 nós adquirimos a AES Sul (que depois foi denominada RGE SUL e por último anexada à RGE) e quando juntou o DEC total acabou aumentando. Esse ano, fruto de um trabalho muito grande, conseguimos enquadrar os limites.
JC - O que a companhia projeta de investimentos para longo prazo?
Abreu - Nós projetamos nos próximos cinco anos (2021 a 2025) investimentos na casa de R$ 5 bilhões, cerca de R$ 1 bilhão por ano. Aumentamos um pouco o volume de investimentos (no ciclo de 2020 a 2024 o aporte estimado era de R$ 4,8 bilhões) para fazer frente aos desafios da concessão da RGE que são enormes devido à intensidade e frequência dos temporais.
JC - A RGE atende a muitas regiões rurais no Rio Grande do Sul, como o senhor vê a demanda de produtores que defendem o aumento da capacidade de carga elétrica no campo?
Abreu - É importante, o desafio é saber como os envolvidos vão pagar a conta. Para fazer a rede trifásica chegar (no meio rural), hoje, pela regra, tem participação financeira do cliente. Uma linha de crédito do governo estadual ou federal minimizaria o impacto para o consumidor.
JC - Em que fase está o programa da empresa sobre eficiência energética em hospitais, que prevê a instalação de painéis fotovoltaicos nesses complexos e a substituição de lâmpadas antigas por mais eficientes?
Abreu - Nós lançamos o programa no início de 2020 e já investimentos R$ 13 milhões no ano passado e 38 hospitais estão com as obras concluídas. Substituímos quase 20 mil lâmpadas e instalamos sistemas fotovoltaicos na casa de 2 mil kWh pico. A gente estima uma economia anual para os hospitais, até gora, em R$ 2,31 milhões.
JC - Como foi o impacto da pandemia do coronavírus nas atividades da RGE?
Abreu - Temos quase 4 mil colaboradores próprios e outros 4 mil terceirizados, então realmente foi um grande desafio. Mas, fomos rápidos em tomar todas as medidas de proteção. Hoje, temos em torno de 15% do nosso quadro de funcionários atuando em home office. Todas as pessoas que não têm necessidade de estar fisicamente na empresa estão trabalhando de casa. Os outros 85% é o operacional, então viabilizamos o álcool em gel e as máscaras. Também medimos a temperatura de todos os colaboradores antes do início da jornada.
JC - E quanto ao consumo de energia, como foi o reflexo da Covid-19 na RGE?
Abreu - O consumo ficou estável, praticamente em linha com 2019. Tivemos um crescimento da classe residencial e um decréscimo na industrial e, principalmente, na área comercial, devido às medidas de restrição.
JC - O que se pode esperar para o consumo de energia em 2021?
Abreu - Hoje, estimar mercado é muito difícil, mas a gente acredita em uma retomada, talvez mais lenta que se imaginava no início do ano. Mas, creio que assim que aumentar o volume de vacinação, teremos um crescimento mais célere.
JC - Devido ao coronavírus, a inadimplência dos consumidores chegou a impactar a companhia?
Abreu - A gente passou um período impossibilitados de fazer cortes, foram quase cinco meses, de abril a agosto (de 2020). O que fizemos foi aumentar muito a facilidade de pagamento e parcelamento para o cliente. Fizemos cobrança a domicílio, aceitamos cartão de crédito, parcelamos em até 12 vezes e agora lançamos o PIX. Nosso foco não é o corte, é arrecadar, fazer com que o cliente consiga pagar a conta.
JC - O reajuste da distribuidora está marcado para junho. Já há alguma estimativa?
Abreu - Estamos aguardando a Aneel. A data-base é 19 de junho, então não temos nenhuma informação ainda.
JC - Por que a CPFL, controladora da RGE, preferiu não participar do leilão da CEEE-D?
Abreu - Essa é uma decisão que não é da RGE, é uma decisão da CPFL, do acionista, que, como a diretoria, sempre olha a questão do equilíbrio, do risco e do retorno.
JC - No ano passado, a RGE decidiu recorrer na Aneel de uma multa que recebeu de R$ 36,5 milhões da Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Rio Grande do Sul (Agergs) por não ter cumprido com indicadores de continuidade no atendimento de energia. Como está essa questão?
Abreu - Estamos em discussão com a Aneel. Nós não concordamos em hipótese alguma com a multa. Para o tamanho da concessão que temos, existe um tempo para enquadrar o indicador. Estamos investindo volumes gigantescos após a aquisição da AES Sul. Há um "delay" maior do que uma concessão que só tem área urbana, nós temos 85% de rede rural. Essa multa foi indevida e estamos usando todos os argumentos na defesa, já tivemos várias reuniões com a Aneel e a gente acredita que seremos bem-sucedidos no pleito. Não deve demorar muito, mais uns três ou quatro meses devem votar isso.
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