Associação do Mercado Público detalha obras para 'reabertura imediata do segundo andar'

O segundo andar do Mercado Público de Porto Alegre, ícone na arquitetura e comércio do Centro Histórico, está há quase oito anos fechado, devido ao incêndio cde julho de 2013. A direção da Associação do Comércio do Mercado Central (Ascomepc) apresentou projeto para as obras que devem permitir a reabertura da área.

A entrega oficial da proposta do prefeito Sebastião Melo (MDB) deve ocorrer até a próxima semana. A entidade já solicitou uma audiência com Melo.

O segundo andar tinha operações de gastronomia. Hoje apenas o uso do espaço é limitado a áreas administrativas e de refeição de trabalhadores das bancas. Com a reforma e garantia de condições para a utilização, o local deve voltar a ter bares e restaurantes. A reativação é uma das apostas para devolver maior fluxo e referência ao mercado. 

A proposta, que vem sendo estruturada nos últimos meses e que a associação se comprometeu a entregrar para a gestão que assumiu o Paço Municipal em 1º de janeiro, foi detalhada em reunião nessa segunda-feira (1º) com a prefeitura, justamente na área interditada.

O empreendimento pertence ao município, com gestão hoje dos comerciantes, mas apenas nas funções condominiais, sem contrato para maior autonomia nas ações.  

A presidente da Ascomepc, Adriana Kauer, discutiu o projeto com o secretário municipal de Planejamento e Assuntos Estratégicos, Cezar Schirmer, e de Parcerias, Ana Pellini.  

Segundo nota da associação, entre as obras, estão revitalização da parte elétrica, aquisição de elevadores, medida para maior acessibilidade, tratamento de esgoto e pintura. 

"Nosso projeto levou em conta tudo que precisa ser feito. Embora o orçamento seja alto, pois estamos falando de obras onerosas e a reabertura imediata do segundo andar, estamos esperançosos que a prefeitura dê o aval para que possamos executar o planejado”, comenta Adriana.

Schirmer comentou, em nota, que "por orientação do prefeito, estamos fazendo um esforço gigantesco para que o mais breve possível possamos anunciar uma solução para esse impasse”.

O 'impasse' se refere à definição de como será a solução, se por meio dos mercadeiros ou outra alterantiva, pelo município ou parceiro externo. Ana Pellini ressaltou que a reabertura do segundo andar é estratégica para a revitalização do Centro.

O ex-prefeito Nelson Marchezan Júnior tentou fazer a concessão ao setor privado. A concorrência, que chegou a ter receber propostas de dois consórcios em 2020, está suspensa pela Justiça Estadual e pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE). Os processos ainda correm nas duas instâncias.