Os trabalhadores da General Motors (GM) fazem nesta quinta-feira (5), às 14h, a assembleia que definirá as demandas da categoria para a negociação coma montadora. As tratativas começaram em janeiro, quando a empresa propôs a revisão de 21 pontos do acordo coletivo que está em vigor. A GM
acabou recuando sobre algumas medidas. A revisão foi colocada pela companhia norte-americana como uma condição para permanecer no Brasil e incluía também outras bases de produção como São Caetano do Sul.
A proposta que será votada pelos trabalhadores prevê valor do Programa de Participação nos Resultados (PPR) e reajuste salarial. A novidade é que o novo acordo, caso aprovado, terá validade por quatro anos. A categoria pede PPR de R$ 14,1 mil para funcionários da GM e de R$ 7,7 mil para os trabalhadores nas empresas sistemistas.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí (Sinmgra), Valcir Ascari, o montante dos ganhos salariais com PPR e reajuste salarial injetaria R$ 250 milhões na economia em quatro anos. A GM tem cerca de 4 mil trabalhadores diretos no complexo em Gravataí, e são mais de 3 mil em sistemistas.
"É um acordo satisfatório. Ao longo das negociações, conseguimos barrar itens importantes, como a jornada intermitente e a aplicação da Medida Provisória 905 (programa Verde Amarelo), que permitiria trabalho aos domingos sem hora extra", adiantou Ascari.
A categoria quer ainda a manutenção de itens do acordo coletivo em vigor, como a jornada de 40 horas semanais. O reajuste salarial propõe repasse de 80% da inflação de outubro. A partir de 2021, o repasse da inflação será integral, explica o dirigente.