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Cultura

- Publicada em 02 de Abril de 2021 às 07:31

Dudu Sperb lança EP e videoclipe nas plataformas digitais

Cantor e compositor porto-alegrense revisita canções de sua trajetória em 'Volume 2'

Cantor e compositor porto-alegrense revisita canções de sua trajetória em 'Volume 2'


MARIA PETRUCCI/DIVULGAÇÃO/JC
Igor Natusch
A arte é feita de caminhos que vêm e vão. Às vezes não retornam, ou então visitam sempre os mesmos lugares - mas se movimentam, de qualquer modo, e é disso que se faz a música, assim como a própria vida. O músico e compositor Dudu Sperb vem, nos últimos tempos, andando com especial cuidado por esses caminhos - e o EP Volume 2, disponível nas plataformas digitais a partir desta sexta-feira (2), é mais uma etapa nessa incursão.
A arte é feita de caminhos que vêm e vão. Às vezes não retornam, ou então visitam sempre os mesmos lugares - mas se movimentam, de qualquer modo, e é disso que se faz a música, assim como a própria vida. O músico e compositor Dudu Sperb vem, nos últimos tempos, andando com especial cuidado por esses caminhos - e o EP Volume 2, disponível nas plataformas digitais a partir desta sexta-feira (2), é mais uma etapa nessa incursão.
Perambulando pelas trilhas da música desde 1988, com cinco CDs lançados e uma longa lista de parcerias em todo o Brasil, o artista tem aproveitado os dias de pandemia para revisitar a si próprio, trazendo composições inéditas em uma sonoridade limpa e contemplativa.
Além das três faixas que constituem o novo trabalho, tem lançamento também um videoclipe para Se um dia, realizado por Maria Petrucci e Marcelo Freire, a partir de filmagens em janeiro deste ano na Lagoa de Ibiraquera, em Santa Catarina. O material pode ser assistido no canal de Dudu Sperb no YouTube.
O novo EP é a continuação de um processo iniciado no final de 2019, quando a canção Quando será que será? - "um desabafo por esses duros tempos que vivemos", como define o próprio Dudu - foi lançada como single. Na sequência, o músico gravou outras duas faixas, em um processo que, em princípio, resultaria em um álbum completo.
Mas veio a pandemia e o isolamento, mudando os planos de todos e todas nós. "Como não conseguiríamos manter uma sequência necessária de sessões em estúdio para dar continuidade ao projeto de um disco físico, resolvi lançar, em outubro (de 2020), essas duas faixas nas plataformas digitais. Nasceu assim o Volume 1", explica.
As três novas gravações foram registradas em novembro do ano passado, em sessões cheias de cautela e cuidados contra o novo coronavírus. A produção foi conduzida por Leo Bracht, no estúdio Transcendental Audio de Porto Alegre, e masterizada pelo engenheiro de áudio Marcos Abreu. Acompanhado pelo violonista Marcel Estivalet, Dudu Sperb trabalha em arranjos acústicos, em uma sonoridade MPB que dá generoso espaço para que vozes e letras possam brilhar.
Em A dádiva que a vida dá, a cantora Gisele De Santi, amiga e parceira musical de muitos anos, surge ao mesmo tempo como contraponto e realce, trazendo novos contornos sonoros a uma mensagem sobre o potencial de mudança inerente ao existir. "Quando ela ouviu a gravação finalizada, me disse 'as nossas vozes dão match' e comentou, brincando: 'é muito Caetano e Gal, hein?'", relembra Dudu, rindo.
O título da faixa, caso o leitor ou leitora não tenha percebido, é um palíndromo, que diz o mesmo lido de trás para frente - um jogo sonoro que tem muito a ver com a temática da faixa. "No refrão, em que a frase-palíndromo que dá nome à canção aparece, vai estar explicitada essa perspectiva de transformação no jeito das pessoas serem, se relacionarem e sentirem. Ou seja, a noção de que podemos alcançar a mudança pela premissa de que a própria existência nos dá essa chance, essa alternativa.", pondera. "Então, o título um pouco que brinca com isso: se tudo pode ter modos diferentes de se estabelecer e de se considerar, essa possibilidade em si de transformação da nossa visão sempre estará disponível de alguma forma."
As três faixas de Volume 2 não são recentes: A dádiva que a vida dá e Se um dia foram finalizadas em 2014, e Namoro é ainda mais antiga, do começo dos anos 1990. Assim, registrar oficialmente essas faixas acabou sendo também uma chance para o compositor revisitar a própria trajetória: "A gente não sente o tempo passando na alma, tanto quanto no corpo. Do mesmo modo, naquilo que fazemos, no caso a composição musical, me parece que o que muda mais é a forma, pois o conteúdo, no fundo, é praticamente o mesmo. Olhar para o Dudu de ontem me permite ter uma dimensão melhor do Dudu de hoje e assim, talvez, melhorar a qualidade de meu trabalho e de mim mesmo como ser humano".
Mal saiu o Volume 2 e o músico já se movimenta na direção da terceira etapa desse trajeto. O trabalho, que contará com participações da cantora Loma e do percussionista Mimmo Ferreira, aguarda os desdobramentos da pandemia para que as gravações possam ocorrer.
Em paralelo, Dudu e Estivalet já discutem quais canções podem aparecer em futuros volumes. "E continuo compondo, embora em menor ritmo, até pelo monte de coisas com que me ocupo", afirma. "É imensa a quantidade de tarefas que compreendem as ações que uma trajetória musical exige. Mas tudo se reverte em ganho ao considerar que nossa música possa ajudar a trazer alguma alegria nesses tempos sombrios."
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