Cantor porto-alegrense Dudu Sperb lança primeiro EP como compositor

Nesta quinta-feira (29), o músico porto-alegrense Dudu Sperb lança seu primeiro EP como compositor nas plataformas digitais. Com duas canções de sua autoria, ele estreia um acalentado projeto de registro das próprias composições. A distribuição pelos principais aplicativos de streaming será feita através do selo Tratore.

Desde pelo menos o começo dos anos 1990, o cantor vem recolhendo suas composições com a intenção de gravá-las e apresentá-las ao público no momento propício. Embora tenha tentado várias vezes o edital do Fumproarte para poder executar o projeto, não obteve sucesso. Por isso, acabou levando mais tempo do que pretendia para editar e publicar suas obras, o que acabou acontecendo, mais uma vez de forma independente, no final do ano passado, quando lançou o single Quando será que será?.

A ideia inicial era de seguir gravando as canções até reunir faixas suficientes para constituir um disco. Porém, a pandemia chegou, interrompendo os trabalhos. Assim, para não retardar ainda mais, e como já haviam registrado duas obras, Dudu achou melhor publicá-las aos poucos, em volumes, para mais tarde, quem sabe, reuni-las num único álbum, possivelmente com o lançamento de um CD físico. Assim que as atividades dos estúdios puderem ser retomadas, será dada a continuidade do projeto com as gravações para o Volume 2.

Agora, ele apresenta as canções Enganos (Dudu Sperb) e Sem nenhuma razão clara (Dudu Sperb/ Lolita Beretta). Enganos nasceu inspirada pelo poema de Jacques Prevert Le tendre et dangereux visage de l'amour. "Em tradução livre, seria algo como 'A terna e perigosa face do amor', quando, em 2010, eu musiquei mais de uma dezena de poemas. Porém, aconteceu que, ao fazer contato com os herdeiros do poeta francês, não obtive a permissão de lançá-la como canção. Como eu havia gostado muito dela, resolvi eu mesmo criar uma nova letra que, embora tenha sido inevitavelmente influenciada pelo poema, trata mais dos efeitos danosos da paixão, de quem se joga no amor cegamente apostando tudo na sua realização e segue guiado por uma visão excessivamente romântica da vida", conta.

Escrito por Lolita Beretta, Sem nenhuma razão clara é outro poema musicado. "Como somos amigos, ela me passou alguns de seus escritos que imaginava que fossem, talvez, 'musicáveis'. Apesar de ter gostado muito deles, confesso que não achei assim tão fáceis de transformar em canção, de encontrar a melodia, a batida, a forma musical ideal. Mas este, de cara, me encantou e, para minha surpresa, quando me debrucei sobre ele com meu violão, a música brotou, como de outras vezes, naturalmente como se já estivesse ali, colada nele, só esperando ser revelada", narra Dudu Sperb.