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Agro

- Publicada em 17 de Fevereiro de 2021 às 14:03

Estoque baixo e alta demanda valorizam soja, que deve ter colheita recorde no RS

Colheita avança no centro do País e, no Rio Grande do Sul, produção deve ser a maior da história

Colheita avança no centro do País e, no Rio Grande do Sul, produção deve ser a maior da história


Wenderson Araujo/Trilux/Divulgação CNA
Thiago Copetti
Com preços elevados e recordes nas vendas futuras e estoques de passagem próximos de zero, produtores de soja têm boas perspectivas para a comercialização do grão. Cenário promissor que que muitos já concretizam fazendo até mesmo a venda da futura safra 21/22, e com contratos vigorosos em termos de cotações.
Com preços elevados e recordes nas vendas futuras e estoques de passagem próximos de zero, produtores de soja têm boas perspectivas para a comercialização do grão. Cenário promissor que que muitos já concretizam fazendo até mesmo a venda da futura safra 21/22, e com contratos vigorosos em termos de cotações.
Apesar de ser um mercado que trabalhe com muitas variáveis (como produção global, taxas de câmbio e altos e baixos das commodities) o cenário é promissor para os sojicultores, que no Rio Grande do Sul devem colher em 2021 a maior safra da história, cerca de 20 milhões de toneladas de soja.
Evandro Oliveira, consultor da Safras & Mercado, reforça que o momento é atípico e tem muitos fatores influenciando nos preços, inclusive a cotação do dólar no Brasil e os preços na Bolsa de Chicago, mas que a demanda firme dos chineses pelo grão e os escassos estoques brasileiros trazem um horizonte positivo aos preços. Mesmo com a estiagem, uma quebra de safra não é esperada e menos ainda o recrudescimento da procura pelo grão.
No momento, diz o especialista, os olhos se voltam à safra sul-americana e sua consolidação, principalmente à brasileira, que sofreu com a estiagem. Uma perda que, porém, já foi contabilizado pelo mercado e não deter apresentar maiores surpresas. E mesmo que se verifique atraso na colheita (o que dificulta a precisão da perda), os prejuízos com a falta de chuva não tendem a ser grandes a ponto de alterar as projeções.
“Claro que levamos isso em consideração, com vendas em alta no ano passado e estoques nacionais praticamente zerados, quase não havia grão no mercado em novembro e dezembro e os preços estouraram. Iniciamos 2021 com menor estoque da história”, explica o consultor da Safras & Mercado.
Mesmo com a colheita em andamento, diz o especialista, o que sai da terra está sendo direcionado a cumprir contratos atrasados ou que já foram negociados. Por um curto prazo, como sempre, com a entrada de safra, os preços devem se acomodar um pouco em relação à cotação atual. Mas os estoques quase zerados e a alta demanda podem levar até a avanço na valorização do grão.
“No curto prazo pode se acomodar com a entrada na safra, mas no médio prazo, no segundo semestre, nada impede que voltem a patamares elevados. Isso quando contratos em atraso já estarão liquidados e se começa, efetivamente, a nova comercialização”, estima Oliveira.
Segundo levantamento da Safras & Mercados, a venda da safra 20/21 já foi mais da metade comercializada. Oliveira destaca que há Estados que já venderam quase 70% da safra, e agora tem que cumprir os contratos. Ou seja, esse grão que está sendo colhido é direcionado a contratos do passado e não irão recompor significativamente os estoques.
“Não vamos ter baixas cotações como os registrados no início de 2020 (menos de R$ 90, ante os atuais R$ 157). Para contratos futuros e entrega entre maio e junho os preços estão equilibrados com os atuais, próximos de R$ 155.
Para contratos futuros com entrega em 2022 há preços chegando a entre R$ 122 e 124 a saca, o que é elevado considerando que é para entrega de uma colheita que sequer foi semeada, esclarece o representante da Safras & Mercado.
“É um contrato futuro em níveis históricos. Talvez até chegando a R$ 130. Nunca tivemos um preço assim. A demanda por informações sobre a safra 2022 e seus preços é igualmente alta”, acrescenta Oliveira.
Outro número histórico, diz o especialista, é o estoque brasileiro de soja quase zerado. Há cinco anos, em 2016, o chamado estoque de passagem era de 11 milhões de toneladas. Em 2018, com início da guerra comercial entre EUA e China e as barreiras comerciais, Brasil registra a maior exportação da história, 83,2 milhões de toneladas.
Com isso, o estoque nacional caiu de 12,9 milhões em 2017 para menos de 6 milhões ao final de 2018, retraiu para 4,2 milhões em 2019 e encerrou 2020 com menos 100 mil toneladas, de acordo com dados compilados pela Safras & Mercado.
“Isto é praticamente nada. É um resto que o produtor deixa para quando precisar mesmo ele venda. É um respingo de soja o estoque nacional atualmente. E se dividir as 93 mil toneladas quem temos de passagem pelos números de Estados produtores, é nada”, assegura Oliveira.
Poucas reservas e muitas vendas
O volume de soja armazenada com o qual o Brasil chegou ao final de 2020 nunca foi tão reduzido
  • Estoque em baixa 2016: 11 milhões de toneladas
    2017: 12,9 milhões de toneladas
    2018: 5,8 milhões de toneladas
    2019: 4,2 milhões toneladas
    2020: 0,093 milhão de tonelada
Comercialização antecipada cresce
Percentual da safra vendida em contratos futuros cresce ano a ano
Brasil
  • Fev. ciclo 18/19: 38,4%
  • Fev. ciclo 19/20: 49,8%
  • Fev. ciclo 20/21: 58,8
    Rio Grande do Sul
  • Fev. ciclo 18/19: 19% comercializada
  • Fev. ciclo 19/20: 30% comercializada
  • Fev. ciclo 20/21: 40% comercializada
Fonte: Safras & Mercados
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