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Opinião

ARTIGO

- Publicada em 21 de Janeiro de 2015 às 00:00

O mal do fanatismo


Jornal do Comércio
Se há algo que não consigo entender é o fanatismo de alguns segmentos sociais que praticam os atos mais deprimentes em nome de ideias falsas. Alguém seria capaz de imaginar quanto se matou, se roubou e se estuprou ao longo dos tempos em nome de Cristo e de Maomé? O pensador italiano Norberto Bobbio (1909-2004) definiu o fanatismo como sendo “uma cega obediência a uma ideia, servida com zelo obstinado, até exercer violência para obrigar outros a segui-la e punir quem não está disposto a abraçá-la”. Bobbio aduz que o fanatismo está geralmente ligado ao dogmatismo, isto é, a crença num sistema de verdades que, uma vez aceito, não deve mais ser posto em discussão, nascendo aí o sectarismo e o ódio aos que pensam diferente.
Se há algo que não consigo entender é o fanatismo de alguns segmentos sociais que praticam os atos mais deprimentes em nome de ideias falsas. Alguém seria capaz de imaginar quanto se matou, se roubou e se estuprou ao longo dos tempos em nome de Cristo e de Maomé? O pensador italiano Norberto Bobbio (1909-2004) definiu o fanatismo como sendo “uma cega obediência a uma ideia, servida com zelo obstinado, até exercer violência para obrigar outros a segui-la e punir quem não está disposto a abraçá-la”. Bobbio aduz que o fanatismo está geralmente ligado ao dogmatismo, isto é, a crença num sistema de verdades que, uma vez aceito, não deve mais ser posto em discussão, nascendo aí o sectarismo e o ódio aos que pensam diferente.
O poeta e dramaturgo francês Voltaire (1694-1778), em seu Dicionário Filosófico, disse que “o mais detestável exemplo de fanatismo é aquele dos burgueses de Paris, que correram a assassinar, degolar, atirar pelas janelas, despedaçar, na noite de São Bartolomeu, seus concidadãos que não iam à missa”. Voltaire ainda lembra que “de ordinário, são os velhacos que conduzem os fanáticos e que lhes põem o punhal nas mãos: assemelham-se à lenda do Velho da Montanha, que fazia os imbecis gozar as alegrias do paraíso e, em troca, lhes prometia uma eternidade desses prazeres caso assassinassem a todos indicados por ele”.
A partir do século XX, a implantação dos sistemas totalitaristas na Rússia, na Itália e na Alemanha se sustentou pelas campanhas maciças de convencimento deletério das multidões. O slogan político de Mussolini era “crer, obedecer e lutar”, mas o que mais impressiona foi o fanatismo nazista de triste memória que deixou marcas indeléveis na humanidade. Até hoje, o fanatismo ainda se alimenta do suporte religioso, porém aquele que advém dos campos políticos também é terrível e nefasto e por isso não se deve esquecer que tanto Mussolini quanto Hitler eram cristãos. Bobbio nos ensina que o remédio contra o fanatismo está na maior educação intelectual e civil de uma sociedade em que há a livre discussão de ideias cujo regime se inspira na multiplicidade das vias de acesso à verdade, “portanto, na rejeição de uma filosofia ou de uma ideologia do Estado que não seja a da coexistência pacífica de todas as filosofias ou ideologias”.
Advogado, Santana do Livramento/RS
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