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Publicada em 13 de Novembro de 2025 às 18:41

Primeira Turma é unânime para tornar Tagliaferro réu

Ex-assessor de Alexandre de Moraes está morando na Itália

Ex-assessor de Alexandre de Moraes está morando na Itália

TSE/Reprodução/JC
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Agências
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por unanimidade, abrir ação penal contra Eduardo Tagliaferro, ex-assessor do ministro Alexandre de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O colegiado já tinha maioria contra Tagliaferro desde domingo. Última a votar, a ministra Cármen Lúcia acompanhou os demais colegas do Supremo para receber a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-assessor.
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por unanimidade, abrir ação penal contra Eduardo Tagliaferro, ex-assessor do ministro Alexandre de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O colegiado já tinha maioria contra Tagliaferro desde domingo. Última a votar, a ministra Cármen Lúcia acompanhou os demais colegas do Supremo para receber a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-assessor.
O julgamento ocorre no plenário virtual do Supremo e se encerra na noite desta sexta-feira (14). Até lá, ministros podem alterar seus votos ou interromper a análise do caso com pedidos de vistas (mais tempo para análise) ou destaque (levar julgamento para discussão presencial).
Tagliaferro foi acusado pela Procuradoria de vazar mensagens de integrantes do gabinete de Moraes para obstruir investigações sobre a trama golpista. Na atual fase, os ministros do Supremo analisam se a denúncia traz indícios mínimos de autoria e materialidade que justificam a abertura de um processo penal contra o denunciado.
Moraes argumenta que as provas apresentadas pela PGR na denúncia são suficientes para a abertura de uma ação penal contra seu ex-assessor. Ele afirma que Tagliaferro manifestou publicamente seu interesse de divulgar dados sigilosos para coagir o Supremo contra o avanço de processos sobre a trama golpista.
Moraes também afirmou que a atuação de Tagliaferro no exterior tinha como objetivo buscar favorecimento próprio. "Investigado nos presentes autos, (o ex-assessor) buscou criar ambiente de intimidação sobre as autoridades responsáveis pelas investigações, visando constranger o exercício legítimo da função jurisdicional", completou o ministro. Com o resultado final, será aberta uma ação penal para analisar, mais detalhadamente, se os indícios mostrados se confirmam em provas durante a instrução processual.
A PGR, comandada por Paulo Gonet, acusou Tagliaferro de cometer os crimes de violação do sigilo funcional, coação no curso do processo, obstrução de investigação e tentativa de abolição do Estado democrático de Direito. A denúncia leva em conta o vazamento de mensagens de integrantes do gabinete de Moraes ao longo de 2022. As conversas mostram que o ministro usou o TSE fora do rito para produção de relatórios e abertura de investigações contra bolsonaristas.
Tagliaferro está na Itália e, nos últimos meses, participou de lives com apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), prometeu fazer novas revelações sobre Moraes e elaborou um dossiê para acusar o ministro do Supremo no Parlamento europeu.
 

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