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Publicada em 04 de Novembro de 2025 às 21:00

Governo Trump já elaborou planos para derrubar Maduro e tomar petróleo da Venezuela, diz jornal

Trump, segundo as pessoas ouvidas pelo jornal americano, não tomou nenhuma decisão ainda, mas assessores próximos pedem inclusive que ele ordene operações para derrubar Maduro.

Trump, segundo as pessoas ouvidas pelo jornal americano, não tomou nenhuma decisão ainda, mas assessores próximos pedem inclusive que ele ordene operações para derrubar Maduro.

Samuel Corum/Getty Images via AFP/JC
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Agências
 O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, estuda uma série de ações possíveis para a Venezuela, o que inclui a possibilidade de ataques contra alvos militares da ditadura de Nicolás Maduro e a tomada de controle de campos de produção de petróleo, de acordo com uma série de autoridades do governo americano ouvidas pelo jornal The New York Times.
 O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, estuda uma série de ações possíveis para a Venezuela, o que inclui a possibilidade de ataques contra alvos militares da ditadura de Nicolás Maduro e a tomada de controle de campos de produção de petróleo, de acordo com uma série de autoridades do governo americano ouvidas pelo jornal The New York Times.
O republicano, no entanto, teme os riscos de uma operação fracassada que coloque em risco tropas americanas, e ainda busca uma justificativa legal para ações que vão além dos ataques a embarcações no mar do Caribe e no oceano Pacífico.
Trump, segundo as pessoas ouvidas pelo jornal americano, não tomou nenhuma decisão ainda, mas assessores próximos pedem inclusive que ele ordene operações para derrubar Maduro.
No domingo (2), o presidente americano disse duvidar de uma guerra com a Venezuela, mas, ao ser questionado sobre a queda do ditador em um futuro próximo, respondeu: "Eu diria que sim. Acho que sim, sim".
Os principais nomes da gestão do republicano que pressionam por uma posição mais agressiva seriam o secretário de Estado, Marco Rubio, e o vice-chefe de gabinete e conselheiro de segurança interna, Stephen Miller.
Outros assessores têm buscado o Departamento de Justiça para que o governo elabore uma tese jurídica que drible a necessidade de aprovação do Congresso ou de uma declaração de guerra para qualquer ação mais incisiva contra o regime venezuelano.
"O presidente Trump tem sido claro em sua mensagem a Maduro: pare de mandar drogas e criminosos para nosso país. O presidente deixou claro que ele vai continuar a atacar narcoterroristas traficando drogas ilícitas -qualquer coisa além disso é especulação e deve ser tratada como tal", afirmou Anna Kelly, uma porta-voz da Casa Branca.
Trump autorizou recentemente a CIA, a agência americana de inteligência, a operar em solo venezuelano, o que envolve uma gama de ações possíveis, desde operações de informação e instigação de oposição a Maduro até atos de sabotagem ao regime e a prisão do ditador.
Há, porém, a avaliação de que, se medidas do tipo funcionassem de fato, já teriam sido tomadas pelo governo americano, motivo pelo qual assessores mais agressivos e o próprio Trump cogitam ações militares.
As opções na mesa envolvem bombardeios contra instalações militares, com o intuito de reduzir o apoio militar a Maduro e fazer com que o autocrata fuja ou fique mais vulnerável à captura. Críticos dessa abordagem, segundo o New York Times, afirmam que a estratégia pode ter o efeito oposto de aprofundar o apoio ao ditador.
Além disso, cogita-se, ainda segundo as fontes ouvidas pelo jornal americano, o envio de um grupo de ações especiais para capturar ou matar Maduro, e uma terceira opção de invadir e controlar aeroportos e alguns campos de produção de petróleo.
Os riscos dessas ações para as tropas envolvidas, por outro lado, sugerem que operações envolvendo drones e armamentos disparados das forças posicionadas no Caribe devem ser a preferência de Trump, em particular depois da chegada do USS Gerald Ford à região.
Maduro é acusado nos EUA de ligações com o narcotráfico, algo que o ditador nega. A gestão Trump o considera também líder do chamado Cartel de los Soles, uma suposta organização narcotraficante que envolveria a alta cúpula política e militar do regime. A existência do cartel carece de evidências públicas.
De todo modo, é sob esse argumento que a pressão americana na região tem operado. Já são mais de 60 mortos em ao menos 15 ataques a embarcações supostamente ligadas ao narcotráfico no Caribe e no oceano Pacífico. Washington não tem fornecido evidências de que os barcos e tripulantes transportavam de fato drogas.
Nas próximas semanas, o maior porta-aviões do mundo deve chegar ao Caribe. O USS Gerald Ford, com capacidade para dezenas de aeronaves e milhares de tripulantes, se junta a uma série de outros navios de guerra mobilizados pelos EUA na região e a tropas posicionadas em Porto Rico.

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