O ex-ministro Ciro Gomes assinou nesta quarta-feira (22) sua ficha de filiação no PSDB, defendeu a união das oposições na disputa pelo governo do Ceará em 2026 e disparou críticas contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o governador cearense Elmano de Freitas (PT) e o ministro da Educação Camilo Santana (PT). A cerimônia ocorreu no hotel Mareiro em Fortaleza (CE) e contou com a presença do ex-senador Tasso Jereissati, ex-presidente nacional da sigla e apontado como decisivo para o retorno de Ciro ao partido.
Em discurso, Ciro não confirmou se será candidato a governador, mas indicou que terá como prioridade a construção de um projeto político no Ceará. Ele também falou das mágoas que carrega das eleições de 2022, quando teria sido "traído" e prometeu resgatar o seu estado. "Pelo Brasil eu morro, mas pelo Ceará eu mato", disse o ex-ministro no ato que reuniu militantes e líderes políticos em um hotel em Fortaleza.
Aos 67 anos, Ciro tenta retomar o protagonismo político em seu estado e caminha para ser candidato ao governo estadual pela segunda vez. Ele foi governador do Ceará entre 1991 e 1994. A tendência, apontam aliados, é que ele seja o adversário do governador Elmano de Freitas na eleição do próximo ano para tentar interromper um ciclo de governos petistas iniciado em 2015 com a eleição de Camilo Santana, que hoje é ministro da Educação do governo Lula.
Aliás, o ministro da Educação foi outro alvo das críticas de Ciro Gomes, que classificou o ex-governador como alguém que quer "ser dono do Ceará". "Vou tirar sua máscara, Camilo Santana", prometeu Ciro. O governador Elmano de Freitas foi chamado de "pau-mandado e frouxo".
O ato reuniu os principais líderes da oposição no Ceará, incluindo o deputado federal bolsonarista André Fernandes (PL) e o ex-deputado federal Capitão Wagner (União Brasil), ambos antigos adversários políticos de Ciro no Ceará e aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em discurso, Ciro chamou Fernandes de "jovem talento" e destacou o papel de Wagner ao denunciar o domínio das facções criminosas no estado.
Ciro Gomes já foi filiado a sete partidos: PDS (1982–1983), MDB (1983–1990), PSDB (1990–1997), PPS (1997–2005), PSB (2005–2013), Pros (2013–2015) e PDT (2015–2025). Além de governador do Ceará, ele já foi ministro da Fazenda durante a gestão do ex-presidente Itamar Franco (MDB, 1992-1994) e ministro da Integração Nacional entre 2003 e 2006, durante a primeira passagem de Lula pela presidência da República.