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Publicada em 21 de Setembro de 2025 às 17:06

Manifestantes protestam contra a PEC da Blindagem em Porto Alegre

Manuela d'Ávila e outros representantes políticos marcaram presença no ato

Manuela d'Ávila e outros representantes políticos marcaram presença no ato

JAMIL AIQUEL/ESPECIAL/JC
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Jamil Aiquel
Jamil Aiquel
O protesto contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Blindagem, como ficou conhecido o projeto aprovado pela Câmara na última terça-feira (16), reuniu manifestantes e políticos gaúchos em Porto Alegre neste domingo (21). Além da PEC, pautas como o fim da escala 6x1 e prisão de Bolsonaro pela participação nos atos de 8 de janeiro foram levantadas.
O protesto contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Blindagem, como ficou conhecido o projeto aprovado pela Câmara na última terça-feira (16), reuniu manifestantes e políticos gaúchos em Porto Alegre neste domingo (21). Além da PEC, pautas como o fim da escala 6x1 e prisão de Bolsonaro pela participação nos atos de 8 de janeiro foram levantadas.

Mudança de Local 

Por conta da previsão de chuva, o ato, que estava previsto para sair do parque da Redenção, foi transferido de última hora para o viaduto do Brooklyn na avenida João Pessoa. A informação foi divulgada por parlamentares à frente do protesto, além de diretórios acadêmicos. 
Às 14h, horário em que estava previsto o início do ato, ainda era possível encontrar manifestantes que não receberam a informação em frente ao monumento ao expedicionário. Alguns representantes do DCE da Ufrgs se encontravam no local redirecionando os manifestantes ao novo ponto de encontro. No entanto, mesmo com a previsão de chuva, o céu abriu e a caminhada ocorreu normalmente.

O protesto 

O viaduto do Brooklyn ficou lotado por manifestantes na tarde deste domingo. Além da PEC da Blindagem, o ato buscou criticar a proposta de anistia para condenados por tentativa de golpe de Estado e apoiar a proposta do fim da escala 6x1. Cartazes e cânticos com os dizeres “sem anistia” e em defesa da democracia eram vistos e ouvidos.
Outro ponto de destaque foi a grande presença de bandeiras e camisetas do Brasil, com o intuito de demonstrar apoio à soberania nacional. 
O arquiteto Fernando Franco, de 60 anos, foi ao ato para defender a democracia | JAMIL AIQUEL/ESPECIAL/JC
O arquiteto Fernando Franco, de 60 anos, foi ao ato para defender a democracia JAMIL AIQUEL/ESPECIAL/JC
Os manifestantes partiram em direção à avenida Osvaldo Aranha pelas 14h30min, onde caminharam até o Monumento ao Expedicionário, na Redenção.

Representantes políticos 

Representantes políticos e parlamentares gaúchos marcaram presença na manifestação. Entre eles estavam a ex-deputada federal Manuela d'Ávila, o ex-deputado estadual Edegar Pretto, a vereadora Graziela Oliveira e a deputada estadual Maria do Rosário.
Manuela reforçou a importância de barrar a PEC e destacou a necessidade de demonstrações populares de força nas ruas. Segundo ela, a sociedade brasileira está insatisfeita com um congresso que se mostra distante dos desejos populares. "Acho que a sociedade no Brasil inteiro, de norte a sul, tem mostrado que não se conforma com um congresso tão distante dos anseios do povo. Os deputados deveriam ser o melhor exemplo com os nossos filhos e eles têm sido majoritariamente os piores", afirmou.
Edegar Pretto, ex-candidato ao governo do Rio Grande do Sul, também demonstrou insatisfação com a PEC, referindo-se a ela como a "PEC da bandidagem". Pretto argumentou que o projeto de emenda visa a blindagem de parlamentares, permitindo que se coloquem acima da lei, comparando a situação atual ao período da ditadura militar.
“As organizações não aceitarão a PEC da bandidagem, essa blindagem de parlamentares que querem se comparar a seres superiores do nosso País, que não precisam respeitar as normas. É preciso respeitar a justiça do nosso País. Lugar de golpista é na cadeia, porque nós não podemos deixar repetir aquela história triste que passou para nosso País na época da ditadura militar”, enfatizou. 
Maria do Rosário, deputada federal e ex-candidata à prefeitura da Capital, também marcou presença. Ela afirmou que o ato é essencial para despertar a Câmara dos Deputados, que segundo ela, está “de costas para a nação brasileira”.
“Essas votações da PEC da Blindagem, e também a urgência da anistia, mostraram um parlamento que está se lixando para a população. E a população agora está respondendo. Ou seja, quando o Brasil tem temas importantes como soberania e a superação do golpismo, nós não podemos brincar com o povo brasileiro”, destaca.
Por fim, Graziela Oliveira, a quinta vereadora mais votada na Capital, afirmou que, enquanto o povo busca medidas como o fim da escala 6x1 e a taxação dos super-ricos, os congressistas estariam se "blindando" contra consequências legais. 
“O congresso está votando a seu próprio bel prazer e em detrimento do povo. Mas Porto Alegre está, nesse momento, dando um recado: é sem anistia, é sem qualquer tipo de blindagem e essa é nossa luta”, afirmou.

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