Porto Alegre,

Anuncie no JC
Assine agora

Publicada em 25 de Agosto de 2025 às 00:25

Julgamento de Bolsonaro pode levar a novas sanções dos EUA

Caso do ex-presidente será analisado pelo Supremo na próxima semana

Caso do ex-presidente será analisado pelo Supremo na próxima semana

Mateus Bonomi/AFP/JC
Compartilhe:
Agências
Integrantes do governo Lula (PT) e do Supremo Tribunal Federal (STF) consideram real a possibilidade de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aplicar novas sanções econômicas contra o Brasil e outras restrições a autoridades do País com o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que começa na próxima semana, no início de setembro.
Integrantes do governo Lula (PT) e do Supremo Tribunal Federal (STF) consideram real a possibilidade de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aplicar novas sanções econômicas contra o Brasil e outras restrições a autoridades do País com o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que começa na próxima semana, no início de setembro.
Na avaliação de ministros, há interesse dos EUA de criar instabilidade em torno do tribunal e do governo Lula, o que poderia se acirrar com o avanço do julgamento sobre a trama golpista liderada por Bolsonaro. 
Embora todos esses personagens afirmem que não há possibilidade de o STF se curvar a essas pressões, o início do julgamento e a possível condenação de Bolsonaro são citados como elementos de maior tensão dentro de um ambiente que já se tornou conflituoso. As informações são da agência Folhapress.
A pressão do governo Trump, desde a aplicação da sobretaxa de 50% até as punições a ministros do STF, é feita com o argumento de que Bolsonaro é perseguido pelo Judiciário no Brasil, em benefício do governo Lula. Ministros dizem acreditar que os americanos têm outras ferramentas à disposição, como sanções a outros integrantes do tribunal, que podem ser utilizadas durante o processo de julgamento, como forma de intimidação aos ministros - ainda que apontem que esse tipo de ação não terá efeito sobre o processo.
Outras alas do governo e do STF alimentam, por outro lado, a expectativa de que o presidente americano reveja a imposição de sobretaxa aos produtos brasileiros. Essa aposta ganhou adeptos após o vazamento de diálogos em que Bolsonaro e aliados discutem a atuação conjunta com o governo americano para obter a anistia do ex-presidente às custas de ameaças à economia brasileira. Em algumas das conversas, Eduardo Bolsonaro (PL-SP) aponta receio de que Trump, em algum momento, desista da ofensiva.
Dentro do governo, a crença em eventual recuo de Trump é minoritária. Dois ministros de Lula ouvidos pela agência Folhapress tentam minimizar os impactos das sanções financeiras contra Alexandre de Moraes determinadas pela gestão Trump. Eles destacam que poucos membros da corte possuem bens nos EUA, como imóveis ou investimentos. Ainda assim, nos bastidores, ministros buscam contato com banqueiros e políticos para avaliar os efeitos práticos da Lei Magnitsky e tentar conter os resultados de eventuais novas sanções.
Além do julgamento de Bolsonaro, integrantes do governo temem o impacto econômico da recente decisão do ministro Flávio Dino, do STF, de que ordens judiciais e executivas de governos estrangeiros só têm validade no Brasil se confirmadas pela corte.
Expressa em uma decisão sobre o rompimento da barragem de Mariana (MG), a manifestação de Dino foi interpretada como uma possibilidade de o tribunal punir bancos que aplicarem sanções financeiras contra o ministro Alexandre de Moraes por determinação do governo Trump. 
 

Notícias relacionadas