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Publicada em 01 de Agosto de 2025 às 15:09

Moraes compara atos de Eduardo Bolsonaro nos EUA a tentativa de golpe

Moraes disparou contra a articulação do deputado junto à Casa Branca para prejudicá-lo e conseguir anistia para o pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro

Moraes disparou contra a articulação do deputado junto à Casa Branca para prejudicá-lo e conseguir anistia para o pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro

Ton Molina/STF/Divulgação/JC
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Agências
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, comparou a atuação do deputado federal Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos à tentativa de golpe de Estado do dia 8 de janeiro de 2023. Ele disparou contra a articulação do deputado junto à Casa Branca para prejudicá-lo e conseguir anistia para o pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro."O modus operandi golpista é o mesmo. Antes acampamentos na frente dos quartéis, invasão na Praça dos Três Poderes. Para que houvesse, como mais de 500 réus confessaram, a convocação de GLO (Garantia da Lei e da Ordem) e as Forças Armadas, gerando uma comoção nacional e a possibilidade do golpe", disse o ministro nesta sexta-feira (1), na sessão de abertura do STF após o recesso.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, comparou a atuação do deputado federal Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos à tentativa de golpe de Estado do dia 8 de janeiro de 2023. Ele disparou contra a articulação do deputado junto à Casa Branca para prejudicá-lo e conseguir anistia para o pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro.

"O modus operandi golpista é o mesmo. Antes acampamentos na frente dos quartéis, invasão na Praça dos Três Poderes. Para que houvesse, como mais de 500 réus confessaram, a convocação de GLO (Garantia da Lei e da Ordem) e as Forças Armadas, gerando uma comoção nacional e a possibilidade do golpe", disse o ministro nesta sexta-feira (1), na sessão de abertura do STF após o recesso.
LEIA TAMBÉM: Motta e Alcolumbre defendem soberania nacional em reação ao tarifaço

A sessão de abertura, na manhã desta sexta-feira, foi marcada pela primeira manifestação conjunta de ministros da Corte após o governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar sanções financeiras contra Moraes e formalizar a aplicação de tarifas de 50% a vários produtos que o Brasil comercializa com o país norte-americano.

Assim que as tarifas contra o Brasil foram anunciadas por Trump, no início de julho, Eduardo Bolsonaro agradeceu ao presidente norte-americano. Em carta enviada ao governo brasileiro, na ocasião, Trump associou a aplicação de tarifas ao processo a que Jair Bolsonaro responde por tentativa de golpe de Estado.

Além de Moraes, o presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, também discursou. Outros a se pronunciarem foram oministro Gilmar Mendes;o Procurador-Geral da República, Paulo Gonet; e o advogado-geral da União, Jorge Messias.

"Milicianos"

Por diversas vezes, Moraes chamou de "traidores da pátria" aqueles que articulam medidas prejudiciais à economia do Brasil junto ao governo dos Estados Unidos, mas não citou nominalmente Eduardo Bolsonaro ou outro aliado do ex-presidente. Também afirmou que a conduta vista atualmente é comum a "milicianos do submundo do crime".

"Esses réus, investigados, não estão só ameaçando e coagindo autoridades públicas, mas também - e fazem isso diariamente nas redes sociais - ameaçando as famílias dos ministros do Supremo Tribunal Federal, do Procurador-Geral da República, em uma atitude costumeiramente afeita a milicianos do submundo do crime, que atacam as autoridades e os familiares das autoridades".

De acordo com o ministro, a ação dessas pessoas junto ao governo de Donald Trump caracteriza "claros e expressos atos executórios de traição ao Brasil e flagrantes confissões da prática de atos criminosos". Em seguida, descreveu quais crimes elas estariam praticando: coação no curso do processo, obstrução de investigação de infração penal que envolva organização criminosa e atentado à soberania nacional.

Sem citar nomes, o ministro também afirmou que a atuação de pessoas ligadas a Jair Bolsonaro busca um "tirânico arquivamento para beneficiar determinadas pessoas que se acham acima da Constituição, da lei e das instituições".

Em março deste ano, Eduardo pediu licença do mandato parlamentar e foi morar nos Estados Unidos, sob a alegação de perseguição política. A licença terminou no último dia 20.

Apesar da grande repercussão, a aplicação de sanções financeiras contra Alexandre de Moraesnão deve ter o impacto esperado pelo governo Trumpe aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro.

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