O senador e ex-vice-presidente da República Hamilton Mourão (Republicanos-RS) afirmou nesta terça-feira (15) que a "injustiça" contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é um problema do Brasil e que não aceita que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, meta o bedelho.
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"Eu não aceito que o Trump venha meter o bedelho num caso que é interno nosso. Há uma injustiça sendo praticada contra o presidente Bolsonaro? Há uma injustiça sendo praticada, mas compete a nós brasileiros resolvermos isso", disse Mourão.
A declaração de Mourão aprofunda o isolamento político de Bolsonaro e seus filhos Eduardo e Flávio diante do tarifaço. Governadores de direita que enalteceram Trump e atacaram Lula em um primeiro momento mudaram o discurso e agora admitem o impacto da sobretaxa e buscam saídas diplomáticas.
Ao anunciar o tarifaço na semana passada, Trump citou Bolsonaro e criticou o Supremo. Nos últimos dias, Bolsonaro, Eduardo e Flávio têm repetido que a única saída para evitar a sobretaxa aos produtos brasileiros a partir de agosto é a aprovação de uma ampla anistia pelo Congresso Nacional.
Mourão falou sobre o tema na audiência pública da Comissão de Relações Exteriores do Senado. O senador disse que Trump abandonou "soft power" (poder suave) em prol do poder bruto da coerção e do dinheiro. Acrescentou que a taxação também vai prejudicar os anti-americanos.
A situação política de Bolsonaro, acusado de tentar um golpe de Estado, foi citada por Trump na carta em que anunciou a sobretaxa de 50% sobre os produtos brasileiros importados. Segundo ele, o Brasil está fazendo "uma coisa horrível" contra o ex-presidente.
Antes de participar da audiência pública no Senado, Mourão saiu em defesa do ex-presidente. Na noite desta segunda (14), a PGR (Procuradoria-Geral da República) pediu a condenação de Bolsonaro e dos outros sete réus do núcleo central da trama golpista. Pelas redes sociais, o ex-vice-presidente de Bolsonaro disse que a manifestação da PGR "já era esperada em um processo claramente político e com a única finalidade de tirar o ex-presidente do contexto político nacional".
Agências