O Senado se prepara para votar a proposta do novo Código Eleitoral brasileiro e, apesar de estar com o projeto há quase quatro anos, pretende chancelar mudança relativa às pesquisas eleitorais que é controversa e não teve quase nenhum debate nas sessões de discussão. O texto relatado pelo senador Marcelo Castro (MDB-PI) estabelece que a divulgação de pesquisas terá que ser precedida da informação dos três últimos levantamentos eleitorais realizados por aquele instituto na disputa anterior, em comparação com o resultado das urnas.
A medida, com potencial de embaralhar as informações dadas aos eleitores e que é bastante criticada por diretores dos institutos, não foi alvo de emendas nem de discussões relevantes no Senado, apesar de o texto aprovado pela Câmara estar por lá há quase quatro anos. Pesquisas eleitorais são antigos alvos dos congressistas, que afirmam haver em alguns casos fraudes e indução do eleitor a erros, principalmente em disputas regionais.
Ao aprovar o novo código em 2021, por exemplo, a Câmara Federal estabeleceu uma censura à divulgação de pesquisas na véspera e no dia da votação, além de estipular que os institutos publicassem um "percentual de acerto" das últimas cinco eleições. Ou seja, que cotejasse as últimas pesquisas daqueles anos com o resultado das urnas. O senador Marcelo Castro retirou de seu relatório a censura, frisando que a medida já havia sido considerada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Agências