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Publicada em 14 de Julho de 2025 às 00:25

Bolsonaro se manifesta pelas redes sobre tarifaço de Donald Trump

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Agências
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) admitiu pela primeira vez impactos negativos da sobretaxa imposta pelo presidente Donald Trump, dos Estados Unidos, ao Brasil, mas repetiu o discurso de seus filhos ao insistir que a solução para o problema é a anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro e aos réus acusados de uma trama golpista em 2022 para impedir a posse de Lula (PT) na Presidência da República.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) admitiu pela primeira vez impactos negativos da sobretaxa imposta pelo presidente Donald Trump, dos Estados Unidos, ao Brasil, mas repetiu o discurso de seus filhos ao insistir que a solução para o problema é a anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro e aos réus acusados de uma trama golpista em 2022 para impedir a posse de Lula (PT) na Presidência da República.
"Não me alegra ver sanções pessoais, ou familiares, a quem quer que seja. Não me alegra ver nossos produtores do campo ou da cidade, bem como o povo, sofrer com essa tarifa de 50%", disse Bolsonaro em suas redes sociais. Foi a primeira vez que o ex-presidente adotou este tom para tratar do tema. As informações são da agência Folhapress.
Até aqui, seus filhos - o deputado federal licenciado, Eduardo Bolsonaro (PL-SP), e o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) - vem comandando a ofensiva para tentar emplacar o discurso de que a anistia é a solução para a taxação.
O ex-presidente repetiu a tese e tentou se distanciar de eventual culpa pelo tarifaço ao afirmar que são as autoridades brasileiras que devem resolver o problema. "A solução está nas mãos das autoridades brasileiras. Em havendo harmonia e independência entre os Poderes nasce o perdão entre irmãos e, com a anistia também a paz para a economia", completou.
Até aqui aliados de Bolsonaro tentavam emplacá-lo como possível negociador para resolver a tarifa. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), inclusive chegou a pedir que o Supremo Tribunal Federal (STF) liberasse o ex-presidente para viajar aos Estados Unidos com este propósito.
Na carta em que justificou a taxação de 50% a produtos brasileiros, Trump não citou nenhum fator econômico, mas sim o inquérito do STF sobre a tentativa de golpe de 8 de janeiro, no qual Bolsonaro é réu.
Na publicação, o ex-presidente admitiu que o tarifaço dos Estados Unidos é, na verdade, uma medida política que "tem muito mais, ou quase tudo, a ver com valores e liberdade, do que com economia".
Tanto Eduardo quanto Flávio Bolsonaro já afirmaram que a solução para o tarifaço é uma "anistia ampla, geral e irrestrita", usando a terminologia do perdão dado aos militares ao final da ditadura brasileira.
Eduardo se licenciou do cargo de deputado para viajar aos Estados Unidos justamente com o propósito de tentar fazer com que Trump apoiasse seu pai, Bolsonaro.

Lula prepara ofensiva para dialogar com empresários sobre ato dos EUA

O presidente Lula (PT) deverá ter mais exposição, dar mais entrevistas e procurar empresários após Donald Trump anunciar tarifa de 50% sobre produtos brasileiros em represália a decisões do Supremo Tribunal Federal (STF). Para auxiliares do petista, a sobretaxa do governo dos EUA dá força ao discurso de combate a privilégios encampado pelo governo brasileiro.
A ideia é usar a imagem de Trump como a personificação da injustiça social e do desrespeito à soberania, associando a ele o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e também seu afilhado político, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), cotado para a disputa presidencial de 2026. As informações são da agência Folhapress.
O perfil de Lula no X publicou no sábado um card com a bandeira do Brasil e assinatura de Lula. "O povo brasileiro precisa ser respeitado", diz o texto, que também ressalta a soberania e proteção das empresas. "A justiça brasileira precisa ser respeitada. Somos um país grande, soberano, e de tradições diplomáticas históricas com todos os países. O Brasil vai adotar as medidas necessárias para proteger seu povo e suas empresas", completa.
Um dos materiais que fazem parte da campanha e a que a reportagem teve acesso é um vídeo com a temática da soberania. "O Brasil é um país soberano. E um país soberano é um país independente, que respeita suas leis. Um país soberano protege seu povo e sua democracia. Um país soberano não baixa a cabeça para outros países. E ser contra nossa soberania é ser contra o Brasil", diz o narrador.

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