Os advogados da deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) apresentaram na quarta-feira (02) a defesa do seu processo de cassação. Fábio Phelipe Garcia Pagnozzi e Pedro Paulo Pagnozzi pediram, no documento, para que a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) ouça o hacker Walter Delgatti Neto, que teria ajudado Zambelli a invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
"A deputada Zambelli sofreu com ação penal, que, em sua ausência, baseou-se apenas no discurso de um delator cuja credibilidade é altamente questionável. Este indivíduo, que já foi qualificado como 'mitomaníaco' e 'mentiroso compulsivo' pela própria Polícia Federal, demonstrou incapacidade de manter uma narrativa coesa", afirma a defesa por meio do documento, se referindo a Delgatti.
Os advogados negam envolvimento da deputada com o hacker e afirmam que ouvi-lo é necessário para "dirimir eventuais contradições e confrontar as versões apresentadas".
Além de Delgatti, a defesa de Zambelli também pede para que o general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, ex-ministro da Defesa, Michel Spiero, assistente técnico da defesa, Flávio Reis, delegado da Polícia Federal, e Felipe Monteiro, que fundamentou as acusações, sejam ouvidos.
De acordo com os representantes da deputada, ocorreram "graves vícios processuais e violações constitucionais que comprometem diretamente seus direitos fundamentais ao contraditório e à ampla defesa".
O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), afirmou em entrevista que "o PL não abandona nenhum de seus soldados", apoiando a parlamentar.
A CCJ deve analisar a cassação de Zambelli e dar parecer positivo ou negativo para a perda de mandato. Em seguida, o processo será submetido à votação no plenário.