O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou nesta sexta-feira (20), pela condenação de Diego Dias Ventura, a 14 anos de prisão pela participação nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. O réu foi apontado como um dos líderes do acampamento golpista que foi instalado em frente ao quartel do Exército, em Brasília.
Moraes proferiu o voto no julgamento virtual da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Diego. De acordo com a manifestação do ministro, o réu atuou na coordenação da logística do acampamento e participou dos atos golpistas na Praça dos Três Poderes. De acordo com o voto de Moraes, relator da ação penal, o acusado também deverá pagar R$ 30 milhões pelos danos causados pela depredação. O valor será dividido com os demais condenados pelas invasões.
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O réu Diego Dias Ventura, após regular investigação, teve seu aparelho celular apreendido, sendo possível extrair conteúdos de mensagens e áudios compartilhados em diversos grupos de WhatsApp, nos quais atuava na coordenação da logística do acampamento instalado em frente ao Quartel-General do Exército em Brasília, promovia arrecadação de recursos financeiros e articulava ações entre os participantes", disse o ministro.
Nas alegações finais apresentadas em 28 de fevereiro de 2024, a defesa de Diego Dias Ventura sustentou que ele participou apenas de uma "manifestação pacífica em Brasília, sem vínculo com atos de violência, depredação ou incitação", e que não houve demonstração de dolo nem provas suficientes para a condenação. Diego chegou a ser preso em 2023 mas ganhou o direito de responder ao processo em liberdade. Faltam ainda os votos dos ministros Flávio Dino, Cármen Lúcia, Luiz Fux e Cristiano Zanin.
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Quem é Diego Ventura
Diego Ventura foi apontado como um dos chefes da invasão ao Supremo Tribunal Federal, nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro. Ventura foi preso em julho de 2023 em mais uma etapa da Operação Lesa Pátria, que apurou os ataques aos prédios dos Três Poderes. Ele estava a caminho da 3ª Assembleia Nacional da Direita Brasileira.
Considerado um dos líderes dos atos antidemocráticos em Brasília, o comerciante já havia sido detido pela Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), na véspera do Natal de 2022. Ele e mais nove pessoas foram presos a caminho do Supremo, com estilingues, bolinhas de gude, facas, além de rádios transmissores. Todos foram detidos e conduzidos para a 5ª Delegacia de Polícia, na Asa Norte, e, posteriormente, liberados.
Imagens divulgadas pelo UOL mostram Ventura, no dia 8 de janeiro de 2023, chutando grades de contenção do STF e, posteriormente, já dentro do prédio do Supremo, comemorando o que chamou de "missão cumprida".