Após ser registrada mais uma morte de pessoa em situação de rua, o secretário Matheus Xavier, que comanda a pasta de Assistência Social de Porto Alegre, se reuniu com alguns vereadores da base nesta quarta-feira (11). O encontro, organizado pelo vereador Ramiro Rosário (Novo), teve o intuito de discutir as políticas de assistência social em andamento no município e as possíveis contribuições que podem ser feitas a partir do Legislativo.
De acordo com Rosário, os participantes da reunião também discutiram o projeto, de sua autoria, que prevê que a construção de albergues a pessoas em vulnerabilidade social deve ser realizada em imóveis considerados apropriados para abrigar este tipo de edificação. "Não apenas pela questão da dignidade das pessoas que são assistidas, mas também pelo conflito que causa no entorno com moradores e comerciantes", analisou o parlamentar.
O vereador também ressaltou que, apesar de ser um crítico da atuação da assistência do município, percebe que muitos indivíduos em vulnerabilidade recebem inúmeras oportunidades para deixar as ruas, mas não aceitam. "As pessoas não querem ir para os abrigos e albergues porque dependem do crack na rua, dependem daquela condição de vida, e muitas vezes elas não têm condição de buscar ajuda também", ponderou. No encontro, o secretário também propôs aos vereadores que eles acompanhassem as rondas e abordagens dos agentes da assistência social.
Na visão do vereador Pedro Ruas (PSOL), esta reunião foi uma consequência direta do último encontro da Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana (CEDECONDH), que ocorreu nesta terça-feira (10) e também tratou sobre os problemas relacionados à assistência social da Capital. "Acho que a nossa reunião foi muito boa nesse sentido. Provocou uma mobilização deles, porque em Porto Alegre está virando notícia nacional pela falta de assistência social", avaliou o parlamentar.
No encontro, proposto por Ruas, estiveram presentes pessoas em situação de rua, entidades defensoras de direitos humanos e representantes do Ministério Público, da Defensoria Pública e da prefeitura. Segundo entidades ligadas à defesa dos direitos humanos, Porto Alegre possui cerca de 6 mil pessoas em situação de rua, dado que não foi contestado pelo poder público. O Executivo afirmou que a Capital oferece 900 vagas em abrigos e albergues para o grupo. Os presentes na reunião também debateram sobre denúncias recentes de que pessoas estão sendo retiradas de viadutos e marquises à força.