O prefeito do Recife, João Campos, assumiu a presidência do PSB ontem, durante o congresso nacional do partido em Brasília. Aos 31 anos, o político ocupará o lugar de Carlos Siqueira com a missão de fortalecer o partido para as próximas eleições e tentar garantir a permanência do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) na chapa de reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
• LEIA TAMBÉM: "Se eu estiver bonitão do jeito que estou, extrema direita não volta a governar", diz Lula
Embora visto como um nome da renovação no PSB, João Campos vem de uma família tradicional da política pernambucana. É bisneto de Miguel Arraes, que governou Pernambuco três vezes e liderou o partido entre 1999 e 2005, e filho de Eduardo Campos, também ex-governador do estado e ex-presidente do PSB.
Eduardo morreu em um acidente aéreo em 2014, no auge de sua carreira política, quando disputava o Planalto ao lado de Marina Silva (Rede), hoje ministra do Meio Ambiente. Na época, ocupava o terceiro lugar nas pesquisas, atrás de Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT).
João Campos é visto como uma das grandes apostas da esquerda para o pós-Lula. Em 2024, foi reeleito prefeito do Recife com votação recorde, de mais de 70% dos votos, e ganhou destaque nacional pela boa performance nas redes sociais. Agora, à frente do PSB, deve trabalhar para seguir os passos do pai e do bisavô rumo ao governo de Pernambuco em 2026.
Como líder do partido, João Campos terá o desafio de garantir que Alckmin continue como vice na chapa de Lula. O futuro de Alckmin no posto é incerto, e parte dos aliados de Lula defende usar a vaga para atrair partidos maiores e de centro, como MDB ou PSD.
O nome de Alckmin tem sido ventilado tanto para a disputa pelo governo de São Paulo - vaga pela qual o ministro do Empreendedorismo, Márcio França (PSB), também demonstrou interesse - quanto para uma candidatura ao Senado em São Paulo.