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Publicada em 29 de Maio de 2025 às 18:33

Federações empresariais criticam proposta de reajuste do piso regional

Entidades empresariais como a Federasul se manifestaram contra a proposta de aumento do salário-mínimo regional

Entidades empresariais como a Federasul se manifestaram contra a proposta de aumento do salário-mínimo regional

MARCO QUINTANA/JC
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A proposta do governo do Rio Grande do Sul de reajustar em 8% o piso salarial estadual, que foi protocolada na Assembleia Legislativa na segunda-feira (26), segue gerando críticas de entidades empresariais. 
A proposta do governo do Rio Grande do Sul de reajustar em 8% o piso salarial estadual, que foi protocolada na Assembleia Legislativa na segunda-feira (26), segue gerando críticas de entidades empresariais. 
Depois de a Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs) ter questionado a proposta, defendendo a extinção do salário-mínimo regional, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Rio Grande do Sul (Fecomércio-RS) e a Federação de Entidades Empresariais do RS (Federasul) também se manifestaram contra o projeto.
Segundo posicionamento da Fecomércio-RS, divulgado em nota na terça-feira (27), a concessão de reajuste acima da inflação (entre dezembro de 2024 e abril de 2025, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor foi de 2,98%) é prejudicial à economia gaúcha, "por impactar as negociações coletivas e ignorar as particularidades de cada setor".
A entidade ainda afirmou que a concessão de dois reajustes em um curto espaço de tempo pode trazer enormes prejuízos para muitas empresas gaúchas, como ocorreu logo após a enchente de 2024. Em dezembro passado, o piso já havia sido reajustado em 5,25% - a tramitação do reajuste foi postergada do primeiro para o segundo semestre em função do desastre climático no Rio Grande do Sul.
A Fecomércio-RS também argumentou que o reajuste de 8% pode comprometer a capacidade de geração de empregos pelas empresas e dificultar o reequilíbrio econômico crucial para a retomada do crescimento do Estado. Assim, a entidade solicitou que a Assembleia Legislativa rejeite o reajuste.
Também em nota, divulgada nesta quinta-feira (29), a Federasul manifestou contrariedade ao projeto do  Executivo. Mas ao invés da extinção do piso regional, propôs um reajuste inferior, de 6,27%, o mesmo aumento concedido ao magistério público estadual. No comunicado, a entidade empresarial trouxe à tona "o peso do governo sobre a situação de trabalhadores e empreendedores formais".
"Na maior parte do Rio Grande do Sul, atualmente encontramos uma parcela da população gaúcha não empregável, por uma disposição para atuação na informalidade, sobrevivendo na dependência de programas sociais do governo, enquanto sofremos as consequências do rombo nas contas públicas, na forma de aumento de impostos e inflação que retiram rendas dos trabalhadores e das empresas que geram as riquezas", diz a nota da Federasul.
A entidade ainda sugeriu um movimento conjunto de trabalhadores e empresários "pela incorporação da maior parte dos encargos sobre a folha de pagamento aos salários dos empregados formais, para que se valorize o trabalho, a qualificação e a geração de riquezas".

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