A Polícia Federal (PF) iniciou um processo administrativo para cassar os registros das armas de Silvinei Vasques, que foi diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) do governo de Jair Bolsonaro (PL). A cassação se refere aos armamentos adquiridos no período em que ele era policial ativo da PRF. Após Bolsonaro perder as eleições, Silvinei se aposentou, em dezembro de 2022.
Em 2023, foi preso preventivamente no âmbito de um inquérito que investiga uso político da PRF para barrar ônibus no Nordeste nas eleições de 2022. Foi solto na véspera do dia em que sua prisão completaria um ano.
Ao iniciar o processo de cassação dos registros, a PF afirmou que Silvinei perdeu a idoneidade ao ser indiciado no inquérito. Procurada, a defesa do ex-diretor afirmou que a iniciativa de cassação dos registros das armas é ilegal e é tratada em uma ação na Justiça.
O procedimento, ao qual ele apresentou recurso, foi iniciado na superintendência da PF do Distrito Federal. No despacho, obtido pela Folha de S.Paulo, a PF manda Silvinei devolver armas. Contudo, segundo a defesa dele, todos armamentos foram apreendidos quando ele foi preso, em agosto de 2023.
O processo em relação ao ex-policial é semelhante ao do ex-ministro da Justiça Anderson Torres de Bolsonaro, que é delegado da PF e teve seu porte de armas cassado em setembro de 2023.
Em meio às investigações por suposta omissão nos atos golpistas de 8 de janeiro e nas blitzes do segundo turno eleitoral, Torres responde a Procedimento Administrativo Disciplinar no qual foi determinada a cassação do seu porte de arma.
Folhapress