O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), foi reeleito neste domingo e vai comandar a administração da maior metrópole da América do Sul por mais quatro anos. A vitória marca a primeira vez que o MDB chega ao comando da capital paulista por voto popular. Até então, a única ocasião em que o partido governou a cidade foi em 1983, quando Mário Covas tornou-se o último prefeito biônico antes da redemocratização do País. O prefeito conquistou 59,35% dos votos, enquanto Guilherme Boulos ficou com 40,65%.
Empresário e vereador por dois mandatos, Nunes tem 56 anos e venceu a eleição com uma ampla coligação de 11 partidos, que vai da centro-esquerda até o PL, partido que hoje abriga boa parte do bolsonarismo. A aliança garantiu ao emedebista o maior horário eleitoral em um pleito na capital paulista desde 2000.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teve uma participação discreta e controversa na campanha, enquanto o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), se consolidou como o principal aliado Nunes, sustentando o apoio à sua candidatura até mesmo nos momentos mais críticos da corrida eleitoral. A relação entre o governador e o prefeito ficou tão estreita que eles passaram a conversar diariamente, com Tarcísio envolvido em quase todas as decisões estratégicas da campanha.
Nunes assumiu de forma definitiva a prefeitura de São Paulo em maio de 2021, após a morte de Bruno Covas (PSDB), que lutou contra um câncer por um ano e meio. Na eleição de 2020, o tucano também enfrentou Guilherme Boulos (PSOL), conquistando na época 59,38% dos votos válidos.
Boulos denuncia crime eleitoral após fala de Tarcísio
A eleição em São Paulo ainda pode ter desdobramentos. O candidato do PSOL, Guilherme Boulos, afirmou que sua campanha entrou com ação de investigação eleitoral por abuso de poder político no Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP), após o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmar, sem provas, que o Primeiro Comando da Capital (PCC) orientava voto em Boulos.
"No dia da eleição, na boca do governador do Estado, vem mais um ataque e uma mentira inacreditável ao lado do meu adversário. Isso mostra, de um lado, o desespero dos nossos adversários e um ataque sem limite. De outro lado, alguém que está sentado na cadeira de governador se sujeitar a desempenhar um papel como esse para tentar influenciar no resultado das eleições", criticou Boulos em coletiva de imprensa.
Ele disse que espera uma ação rápida da Justiça Eleitoral. "Isso é crime eleitoral e, por isso, nós acabamos de entrar no TRE com uma ação de investigação eleitoral, a ação mais grave que se pode entrar na justiça eleitoral, por abuso de poder político contra o governador Tarcísio de Freitas e o meu adversário, que é o beneficiário, e também pela divulgação de informação falsa."