•LEIA MAIS: PF pede a Moraes mais prazo para inquéritos das fake news e das milícias digitaisA PF descobriu a existência de uma nova joia, além das já conhecidas e que foram
presente do regime saudita ao ex-presidente, caso revelado pelo Estadão, a partir de investigações feitas nos EUA.
"Nessa diligência no exterior, com o FBI, descobrimos que houve a negociação de uma outra joia que não estava no foco dessa investigação. Não sei se a joia já foi vendida, se está na casa de joias. Mas houve um encontro de um novo em que tentaram vender no exterior", disse o diretor-geral, em conversa com a imprensa nesta terça-feira (11). E acrescentou: "Isso robustece a investigação que tem sido feita".
De acordo com os investigadores, a
descoberta da nova joia pode ser um agravante em uma eventual pena aplicada ao ex-presidente Jair Bolsonaro e os emissários.
Aliados do ex-presidente foram alvos de uma operação da Polícia Federal em agosto do ano passado que
investiga a venda de joias e outros objetos de valor recebidos em viagens oficiais da Presidência da República. Batizada de Lucas 12:2, a
operação mirou o general Mauro César Lourena Cid, pai de Mauro Cid; o advogado Frederick Wassef, que representou o ex-chefe do Executivo perante a Justiça; e o tenente Osmar Crivelatti que, assim como Mauro Cid, foi ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
Naquela ocasião, a
Polícia Federal já havia identificado a negociação de dois kits de joias da marca suíça Chopard, duas esculturas douradas e um relógio da marca Patek Philippe. O diretor-geral da PF não quis falar sobre o tipo da nova joia encontrada.
As vendas investigadas pela corporação seriam de presentes recebidos por Bolsonaro durante seu mandato da Presidência da República. E
ssas peças deveriam ser incorporados ao acervo da União, mas foram omitidos dos órgãos públicos, incorporados ao estoque pessoal do ex-chefe do Executivo e negociados para fins de enriquecimento ilícito, segundo os investigadores.
A tentativa de entrada ilegal no Brasil de presentes de alto valor recebidos em viagens oficiais foi revelada em março de 2023 pelo Estadão. A reportagem mostrou que membros do governo Bolsonaro
tentaram trazer ilegalmente para o Brasil, em outubro de 2021, um kit entregue pelo governo da Arábia Saudita que continha joias com colar, anel, relógio e um par de brincos de diamantes. Os peritos da PF avaliaram o conjunto em
R$ 5,1 milhões.