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Publicada em 15 de Abril de 2024 às 20:30

Novo round: Vereadora de Porto Alegre é denunciada à Comissão de Ética

Vereadores trocaram denúncias na Comissão de Ética após discussão ocorrida na última quarta-feira (10)

Vereadores trocaram denúncias na Comissão de Ética após discussão ocorrida na última quarta-feira (10)

Fernando Antunes/CMPA/Divulgação/JC
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Ana Carolina Stobbe
Ana Carolina Stobbe
O vereador Moisés Barboza (PSDB) protocolou uma denúncia contra a parlamentar Mari Pimentel (Republicanos) na Comissão de Ética da Câmara Municipal de Porto Alegre. O motivo foi uma discussão entre ambos na sessão ordinária realizada no Legislativo na última quarta-feira (10). De acordo com Barboza, Mari teria o ofendido pessoalmente, além de atacar a família do político.
O vereador Moisés Barboza (PSDB) protocolou uma denúncia contra a parlamentar Mari Pimentel (Republicanos) na Comissão de Ética da Câmara Municipal de Porto Alegre. O motivo foi uma discussão entre ambos na sessão ordinária realizada no Legislativo na última quarta-feira (10). De acordo com Barboza, Mari teria o ofendido pessoalmente, além de atacar a família do político.
A relação já conturbada entre os parlamentares havia se intensificado durante a janela partidária e teve agora um novo round. De acordo com depoimentos de outros interlocutores, Mari teria dialogado com personalidades ligadas ao PSDB para ingressar no partido, tendo sido barrada por Moisés, que é presidente municipal da sigla.
Finalizada a janela partidária, Moisés realizou um discurso durante o tempo de lideranças na sessão da Câmara de quarta-feira. Nele, analisou as trocas de sigla do período, realizando críticas à forma como os partidos estariam negociando com os parlamentares, alegando que esse diálogo, em alguns casos, era intermediado por ofertas monetárias.
Embora não tenha citado nominalmente nenhum vereador ou partido, Mari afirmou que o discurso se referia a ela. Com isso, protocolou uma denúncia na Comissão de Ética contra Moisés, apresentando também um print de um grupo de WhatsApp em que, supostamente, o vereador estaria acusando Mari de “tentar o jogo milionário” para ir ao PSDB. A mensagem teria sido respondida pelo vice-prefeito de Porto Alegre, Ricardo Gomes (sem partido, ex-PL), fazendo com que Mari alegasse ser um grupo de pré-campanha do atual prefeito Sebastião Melo (MDB).
Em resposta, Moisés também protocolou uma denúncia contra Mari, tendo como justificativa trechos em que ela apresentava ofensas nominais a ele e citava sua família. Em determinado momento, a parlamentar afirmou na tribuna que, à meia-noite, Moisés estaria pensando nela. “Eu tenho certeza que o tempo que o senhor coloca comigo ou pensando em mim, não está colocando na sua família, na sua esposa e nos seus filhos”, acrescentou.
Outro ponto que subsidia a denúncia está voltado aos prints do grupo de WhatsApp, que, ao contrário do que afirma Mari, é voltado aos líderes de partidos políticos de Porto Alegre da base do governo Melo, segundo Moisés. “O que faz o vereador Moisés, presidente do PSDB municipal e que diz que vai ter candidato próprio, num grupo de pré-campanha do Prefeito Sebastião Melo? Eu acho que tem alguém dando facada nas costas do governador (Eduardo Leite, também do PSDB) e não está o defendendo”, acusou Mari.
Com base no pronunciamento de Mari, Moisés enquadra sua denúncia no artigo 5º do Código de Ética Parlamentar da Câmara Municipal de Porto Alegre, que se refere às normas de conduta nas sessões de trabalho. Entre os incisos, estão proibidos, por exemplo, o uso palavras ou expressões incompatíveis com a dignidade do cargo e ofensa à honorabilidade dos demais parlamentares a partir de acusações inverídicas.
Em vídeo publicado nas redes sociais, Moisés afirma que não retiraria “uma palavra sequer” de seu pronunciamento referente à janela partidária. Ele ainda alega que “a carapuça serviu” para Mari, visto que não a havia citado e já teria expressado a mesma opinião sobre as mudanças de sigla em outros momentos, incluindo na imprensa. 
Em pronunciamento, Mari afirma que, "do ponto de vista técnico, a denúncia não possui embasamento, porque se baseia em um discurso político que pode ser realizado livremente pelos parlamentares. Diferentemente da minha denúncia em que ele estaria insinuando que eu cometi um crime". 

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