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Publicada em 22 de Janeiro de 2024 às 19:30

Lula veta R$ 5,6 bi em emendas no Orçamento, diz relator

Orçamento de 2024 foi aprovado no Congresso Nacional no final do ano passado

Orçamento de 2024 foi aprovado no Congresso Nacional no final do ano passado

Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados/JC
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Folhapress
O deputado Luiz Carlos Motta (PL-SP), relator do Orçamento de 2024, disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou a lei, mas com veto de R$ 5,6 bilhões a emendas, incluídas no texto por parlamentares.
O deputado Luiz Carlos Motta (PL-SP), relator do Orçamento de 2024, disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou a lei, mas com veto de R$ 5,6 bilhões a emendas, incluídas no texto por parlamentares.
"Ela (Simone Tebet) vai cortar R$ 5,6 bilhões do orçamento. Das emendas. E nós vamos reconstruir isso junto com governo", disse a jornalistas no Palácio do Planalto, após reunião de sanção.
Motta admitiu ainda que o veto do presidente pode ainda ser derrubado pelos parlamentares. "Isso que vamos tentar construir até a próxima sessão do Congresso. Logicamente, se não achar solução, objetivo dos parlamentares é logicamente derrubar o veto", completou.
O texto foi aprovado pelo Congresso Nacional em dezembro e o prazo para sanção terminava nesta segunda-feira (22). A lei deve ser publicada no Diário Oficial da União de terça-feira (23).
O governo tentou, junto aos parlamentares, emplacar mudanças nos trechos que diziam respeito ao pagamento de emendas, sem sucesso. Agora Lula vetou parte do aumento das emendas, aqueles recursos que deputados e senadores enviam para obras e projetos em seus redutos eleitorais e, com isso, colhem capital político.
Em ano eleitoral, o Congresso Nacional aprovou um valor recorde de R$ 53 bilhões. Com o veto de Lula, o saldo será cerca de R$ 47,5 bilhões. Esse tipo de verba dá mais poder às cúpulas da Câmara e do Senado, que usam as emendas para conquistar mais influência entre os parlamentares. No primeiro ano do governo Lula (PT), foram reservados R$ 46,3 bilhões para atender aos parlamentares, o que já era um patamar sem precedentes.
No fim do ano passado, aliados de Lula pediram para que o projeto tivesse um montante menor de emendas. O pedido não foi bem recebido no Congresso. Mesmo membros de partidos com cargos no governo, como União Brasil, PP e PDT, rejeitaram a ideia de cortar a previsão para emendas num ano eleitoral.
Existem três tipos de emendas: as individuais (que todo deputado e senador têm direito), as de bancada (parlamentares de cada estado definem prioridades para a região), as de comissão (definida por integrantes dos colegiados do Congresso).
O veto de Lula foi nas emendas de comissão. Líderes do Congresso admitem que as emendas de comissão vão funcionar como as extintas emendas de relator, que eram a principal moeda de troca nas negociações do governo Bolsonaro e do Legislativo. O mecanismo das emendas de relator, porém, foi derrubado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no fim do ano passado.
Em 2022, as emendas de comissão representaram apenas R$ 330 milhões. Para 2024, o Congresso aprovou R$ 16,6 bilhões.
O aumento do valor das emendas é visto como outro entrave para a relação de Lula com o Congresso. Isso amplia a margem para deputados e senadores votarem de forma independente ao governo, pois já têm a garantia milhões de reais para enviar a suas bases.

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