Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Política

supremo tribunal federal

- Publicada em 27 de Abril de 2023 às 18:30

Barroso é sorteado relator de habeas de Anderson Torres

Defesa de Anderson Torres tenta reverter decisão do ministro Alexandre de Moraes

Defesa de Anderson Torres tenta reverter decisão do ministro Alexandre de Moraes


VAlter Campanato/Agência Brasil/JC
O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, foi sorteado relator do habeas corpus impetrado quarta-feira pela defesa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres - preso há mais de cem dias sob suspeita de omissão ante os atos golpistas que devastaram a Praça dos Três Poderes no 8 de janeiro.
O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, foi sorteado relator do habeas corpus impetrado quarta-feira pela defesa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres - preso há mais de cem dias sob suspeita de omissão ante os atos golpistas que devastaram a Praça dos Três Poderes no 8 de janeiro.
O pedido de liberdade colide com o ministro Alexandre de Moraes, que havia decidido manter a prisão preventiva do aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A defesa alega que Torres teve uma "crise de ansiedade" na terça-feira, no Batalhão de Polícia Militar em Brasília, onde está preso - ocasião em que "chorou de forma compulsiva, relatando enorme saudade de seus familiares, em especial de suas filhas, expondo palavras e ideias sem nexo, e expôs seu desânimo com a manutenção de sua vida".
"Os efeitos deletérios da custódia cautelar podem levar o paciente (Torres) a ceifar a própria vida. E caso isso não ocorra, a única certeza que se tem é que seu estado mental tenderá a piorar, porquanto a única alternativa terapêutica para sua convalescença, segundo a médica da Secretaria de Saúde do DF, reside na sua internação domiciliar", argumentam os advogados Eumar Novacki e Edson Smaniotto, que representam o ex-ministro de Bolsonaro.
O habeas corpus questiona o fato de Alexandre de Moraes ter negado, no último dia 20, um outro pedido de liberdade de Torres, o qual contava com parecer favorável da Procuradoria-Geral da República (PGR).
A instituição defendeu que Torres fosse colocado em liberdade provisória, mas com medidas cautelares alternativas como o uso de tornozeleira eletrônica e manutenção de seu afastamento das funções de delegado de Polícia Federal - carreira à qual pertence.
Ao manter a prisão de Torres, o ministro considerou que a necessidade de segregação do bolsonarista foi reforçada por "fortes indícios" de sua ligação com a "minuta do golpe" - documento apreendido pela Polícia Federal em um armário da residência de Torres, em Brasília - e com as fiscalizações em massa da Polícia Rodoviária Federal no segundo turno das eleições.
Na ocasião, Alexandre classificou as blitz em série da PRF, especialmente em rodovias do Nordeste - principal reduto eleitoral do presidente Lula - como "operação golpista para tentar subverter a legítima participação popular".
O ex-ministro da Justiça iria depor na segunda-feira sobre a atuação da PRF no segundo turno do pleito - a corporação é subordinada ao Ministério da Justiça.
A oitiva, no entanto, foi adiada após a Secretaria de Saúde do Distrito Federal atestar que Torres não tem condições de "comparecer a qualquer audiência por questões médicas (ajuste medicamentoso), durante uma semana".