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Política

Conjuntura política

- Publicada em 15 de Março de 2023 às 18:50

'Presença do MDB ajuda o governo', diz Temer em velório de Padilha

Michel Temer (esq) e importantes quadros políticos se despediram do ex-ministro no Palácio Piratini

Michel Temer (esq) e importantes quadros políticos se despediram do ex-ministro no Palácio Piratini


Gustavo Mansur/ Palácio Piratini / Divulgação / JC
Eliseu Lemos Padilha foi velado nesta quarta-feira (15) em Porto Alegre. No Palácio Piratini, a sede do Poder Executivo do Rio Grande do Sul, centenas de familiares, amigos e importantes quadros da política nacional e estadual se despediram do ex-ministro e ex-deputado federal gaúcho pelo MDB.
Eliseu Lemos Padilha foi velado nesta quarta-feira (15) em Porto Alegre. No Palácio Piratini, a sede do Poder Executivo do Rio Grande do Sul, centenas de familiares, amigos e importantes quadros da política nacional e estadual se despediram do ex-ministro e ex-deputado federal gaúcho pelo MDB.
Uma das ilustres presenças que prestou homenagem a Padilha foi Michel Temer (MDB). Na ocasião, o ex-presidente afirmou que está afastado da política desde que deixou o Palácio do Planalto em 1º de janeiro de 2019. Porém, comentou brevemente a participação do seu partido no governo federal de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
"Neste momento o MDB tem pregado, como eu prego permanentemente, a pacificação do País. Temos, por exemplo, temas fundamentais e um deles é a questão do meio ambiente, que é uma questão que ultrapassa os limites territoriais do Brasil para alcançar a dimensão Internacional. Acho que a presença do MDB no governo só pode ajudar o governo", afirmou.
O próprio Temer disse que se mantém afastado das articulações nacionais. Afirmou que ainda não conversou com Lula após a eleição e nem espera ligações do presidente. Ex-vice-presidente do governo Dilma Rousseff (PT), foi peça central do impeachment de 2016, que o alçou ao mais alto posto da política institucional brasileira, tornando-o o 37º presidente da República.
"Não conversei (com Lula). Estou um pouco fora da politica. Não espero (por uma ligação do presidente). Quer dizer, estou inteiramente às ordens, mas não fico esperando ligação de ninguém", afirmou.
Padilha é tido como um dos principais articuladores políticos do impeachment. Foi ministro da ex-presidente e, posteriormente, chefiou a Casa Civil de Temer. O emedebista, contudo, relativizou a participação do gaúcho no processo e afirmou que os votos vieram de forma espontânea.
"Os votos vieram com toda a espontaneidade. O que o Padilha fazia era o que todos nós fizemos, que era cumprir o texto constitucional. Padilha que era hábil em contar. Quando errava a votação, era por um, dois votos. Mas neste caso ele não precisou contar nem um voto e não teve nenhuma participação que levasse àquele episódio", disse o ex-presidente.
Padilha também tinha muito envolvimento com a política local gaúcha e, mais recentemente, foi peça importante na articulação da chapa PSDB-MDB que garantiu a primeira reeleição da história da democracia do Estado. O governador Eduardo Leite (PSDB) prestou suas homenagens ao ex-ministro e comentou o caso.
"Ele foi um entusiasta da nossa aliança entre PSDB e MDB na eleição passada. Teve uma participação ativa e importante no processo eleitoral. Deixamos aqui esse reconhecimento deste trabalho, deste esforço", agradeceu o governador.
O próprio vice-governador Gabriel Souza (MDB) é fruto, em pessoa, do trabalho de Padilha nos bastidores da política gaúcha. "Um dos legados importantes que o Padilha deixa vem de sua característica de formar novos lideres. São vários que o MDB e outros partidos acabaram formando através da atuação, do incentivo que o Padilha dava. O meu caso, naturalmente. Mas outros tantos parlamentares, prefeitos, vereadores tiveram o apoio do ministro", relatou Souza.
Padilha foi Ministro do Trabalho e ministro-chefe da Casa Civil no governo Michel Temer (MDB), foi ministro-chefe da Secretaria de Aviação Civil no governo Dilma Rousseff (PT) e ministro dos Transportes no governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Foi deputado federal pelo RS em três mandatos e prefeito de Tramandaí (1989-1993). Durante sua carreira política, sempre foi filiado ao PMDB/MDB, desde 1966.
A capacidade de articulação política e de conhecimento do Congresso Nacional parecia ser unanimidade entre os centenas de presentes em sua despedida. "O Padilha teve importância em vários momentos. Acho que uma característica memorável era a organização", contou Baleia Rossi, presidente nacional do MDB.
"Todas as vezes que tinha alguma votação importante, e nós tivemos muitas com a liderança do Padilha, ele tinha uma planilha e sabia exatamente o posicionamento de cada um, se na Câmara, dos 513 deputados, e, no Senado, dos 81 senadores. Posso estar errado, mas acredito que em toda passagem do Padilha pelo Parlamento e nos Ministérios ele não cometeu nenhum erro de avaliação dessas votações e sempre votações com um grande representação, tensão e importância para o País", descreveu o dirigente partidário e deputado federal.