O Estádio Passo D’Areia, mais conhecido como Zequinha, recebeu, na manhã desta quarta-feira (26), militantes das candidaturas de Jair Bolsonaro ao Planalto e de Onyx Lorenzoni ao Piratini, ambos do PL. Reunindo pouco mais de 600 apoiadoras, o evento intitulado Mulheres com Bolsonaro teve a presença da primeira-dama Michelle Bolsonaro, da ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos e recém eleita senadora pelo Distrito Federal, Damares Alves, de deputadas eleitas no Rio Grande do Sul e do empresário Luciano Hang.
Marcado para começar às 10h22, o ato de campanha teve início com orações e hinos de louvor, conduzidos por pastoras evangélicas e entoados por toda a plateia. Por volta da 11h15, após um episódio de desmaio, a organização decidiu chamar os principais nomes. Primeiro a se manifestar, o empresário catarinense falou às mães que não querem ver seus filhos envolvidos com drogas ou ações ilícitas, como acontece em regimes comunistas. “Disse para uma funcionária minha, venezuelana, que ela era a culpada pelo país dela estar como está”, relatou Hang, citando outros 400 funcionários vindos do país vizinho, vítimas do regime.
Atuando como chefe de cerimônia, a candidata à vice na chapa de Onyx Lorenzoni (PL), Cláudia Jardim, chamou o ex-ministro para saudar os presentes. Onyx citou Jorge Seif, eleito senador por Santa Catarina, após as pesquisas indicarem derrota. “Assim como lá, aqui supremo é o povo gaúcho, supremo é o povo brasileiro”, citou, lembrando que a próxima eleição se caracterizará por ser “do bem contra o mal”.
As manifestações foram todas intercaladas pelos bordões “Deus, Família e Liberdade” e “Compare, pare e confirme, é 22, é Bolsonaro”, com o empresário Luciano Hang dançando e fazendo gesto de arma.
Damares, em sua vez, deu início ao discurso sem citar partido ou nome de opositores, mas, sim, usando expressões como “o partido das trevas”. A ex-ministra falou da importância de não ser eleito um candidato envolvido em corrupção e de proteger as crianças do país, citando que, antes de 2018, morriam assassinados cerca de 32 menores ao dia. “Queremos crianças protegidas ou voltar a 2018, queremos legalizar as drogas ou proteger nossos filhos, queremos o Brasil comandado pelo crime organizado ou queremos segurança pública?”, questionou à plateia, antes de falar de seu repúdio à censura imposta pelo TSE.
Michelle Bolsonaro, que finalizou o evento com uma bandeira do Rio Grande do Sul, fez citações bíblicas, lembrando que “feliz é a nação cujo Deus é o senhor” para, logo em seguida, dizer que a sociedade precisa “extirpar este câncer da sociedade, um partido que só veio para matar”. A primeira-dama citou as cidades por onde tem passado, junto com Damares, para divulgar a luta pelas crianças e pelas famílias. O rótulo de misoginia recebido pelo marido foi refutado, ao citar as leis de proteção às mães e às mulheres. “Levar água para o Nordeste também é uma forma de proteção à mulher que tem que levar balde de água na cabeça”, citou.
Quando chegou na presidência, lembrou Michelle, não haviam políticas públicas voltadas às crianças, sobretudo àquelas com doenças raras. O compromisso de trabalho para esta parte da sociedade foi reafirmado pela primeira-dama. Ela falou das dificuldades que tem enfrentado nesta campanha, de estar ao lado de Bolsonaro “que recebe seu salário de deputado federal” e sendo ela voluntária. Ao conclamar a plateia para ir em busca dos votos dos indecisos, lembrou que o Brasil é “última barreira para o comunismo”.
Michelle, para quem estamos vivendo uma guerra espiritual, se apresentou como “uma princesa de Jesus”, lembrando outra passagem bíblica que cita: “os sábios se inclinam para a direita e os tolos para a esquerda”.
Com um forte esquema de segurança, com proibição de entrada até de garrafas plásticas de água, o evento terminou próximo ao meio-dia.