Federasul reúne candidatos ao Senado Federal

Caren Mello, especial para o JC

O tradicional encontro Tá na Mesa, da Federasul, reuniu, nesta quarta-feira (17), seis candidatos ao Senado Federal. No Salão Nobre da entidade, empresários, representantes de diversas associações, de Legislativos e de prefeituras do interior ouviram, por cerca de duas horas, propostas de Airto Ferronatto (PSB), Ana Amélia Lemos (PSD), Comandante Nádia (PP), Hamilton Mourão (Republicanos), Olívio Dutra (PT) e Professor Nado (Avante) a serem implementadas caso eleitos. 

O encontro, com três blocos para o debate de propostas, teve um preâmbulo do presidente da Federasul, Anderson Trautman Cardoso, falando, em nome dos empresários gaúchos, o modelo de Estado ideal. “Precisamos tornar o Rio Grande do Sul mais leve e eficiente”, defendeu, antes de entregar a cada um dos candidatos uma cartilha de proposições elencadas pelas entidades associadas. Educação, Saúde, Segurança, Equilíbrio Fiscal, Modelo de Gestão, Políticas de desenvolvimento e Inovação foram os temas escolhidos. Cardoso falou das possíveis discussões que os segmentos podem gerar. Porém, a convergência e o diálogo é o que a Federação propõe, disse, uma vez que o crescimento do Estado é do interesse comum.

O primeiro bloco teve início com a apresentação por parte dos candidatos, a partir de sorteio. Hamilton Mourão, que por décadas serviu ao Exército, tentando descontrair o ambiente, bradou um sonoro “Bom dia!” para a plateia. O tom exaltado seguiu em todas as suas participações, em que defendeu o Equilíbrio Fiscal, o que exige a aprovação da Reforma Tributária, a formação de lideranças e medidas de segurança. Lembrou também que aqui no Rio Grande temos “uma avenida aberta, que é o agronegócio”, ao defender a terra como bem fundamental e a sustentabilidade como pauta que deve estar presente.

Professora de Português e policial militar, Comandante Nádia apresentou-se como o nome que irá renovar o Senado. Quer uma política propositiva para causas que conhece das ruas desde 1989, quando ingressou na Brigada Militar. Nádia esteve acompanhada do candidato ao Governo do Estado, Luís Carlos Heinze. Ana Amélia Lemos, também acompanhada pelo candidato da majoritária, o vice em sua coligação, Gabriel Souza, disse que não faria promessas, pois chegou ao Senado em 2010 e, um ano depois, já estava presente na Federasul. “O povo gaúcho sabe o que fiz.”

A produção e os trabalhadores rurais pautaram a apresentação de Airto Ferronatto, que também lembrou dos 50 anos de experiência na vida pública. A valorização das vocações regionais e das micro e pequenas empresas foram destacadas por Olívio Dutra, que falou da inovação do seu mandato, que será coletivo. Já Professor Nado foi intransigente na questão da dívida pública do Estado, sendo necessário discutir seus valores e as formas de pagamento. “O RS deve 89,9 bilhões! Este vai ser o ponto central do debate.” Ele também sugeriu que todos os seis ali presentes assumissem o compromisso contra o chamado orçamento secreto.

No segundo bloco, os candidatos responderam a perguntas enviadas pelas entidades sobre temas que envolveram Irrigação, Previdência Pública, Infraestrutura e Desenvolvimento, Reformas, Geração de emprego e renda e Educação. O terceiro bloco foi dedicado às considerações finais, quando alguns deles, como o Mourão e Cmte Nádia, lembraram em seus discursos do número com o qual concorrerão, e pediram votos aos empresários. Os candidatos destacaram temas que não foram contemplados nos blocos anteriores. Depois de um clima ameno durante todo o evento, em que, por várias vezes, um dos candidatos se dirigia ao outro concordando com a exposição, a disputa ficou evidente a partir da fala de Ana Amélia Lemos, criticando o tom de Mourão. “Depois desta voz tonitruante do nosso general, meu tom é de mulher, como todas as gaúchas, que são mulheres guerreiras. Sou uma Ana desta terra.”