Caren Mello, especial para o JC
A Federasul reuniu, nesta quarta-feira (10), os candidatos ao Governo do Estado durante o Tá Na Mesa, tradicional encontro semanal. Mais de 250 pessoas lotaram o Salão Nobre da entidade para ouvir propostas de gestão e as respostas encaminhadas previamente pelos associados. Edegar Pretto (PT), Eduardo Leite (PSDB), Ricardo Jobim, Luiz Carlos Heinze (PP), Onyx Lorenzoni (PL), Vicente Bogo (PSB) e Vieira da Cunha (PDT) estiveram acompanhados de suas equipes, incluindo candidatos a vice e senadores, e coordenadores de campanha.
Ao abrir o evento, o presidente da Federasul, Anderson Trautman Cardoso, chamou a atenção para a importância da entidade que reúne as forças produtivas do Rio Grande. Listou o que os associados entendem como prioridades para o desenvolvimento do Estado, como segurança para quem empreende e um modelo de educação adequado ao nosso século. Cardoso lembrou, também, que, quando se fala em políticas sociais, a melhor delas é a que gera emprego e renda.
Junto com a modernização de portos e aeroportos, os itens prioritários fizeram parte de uma cartilha entregue a cada um dos candidatos. As proposições também indicam o posicionamento da Federasul em áreas que envolvem saúde, equilíbrio fiscal, modelo de gestão e inovação.
O primeiro bloco do encontro foi reservado para apresentação das propostas de governo. Pela ordem de sorteio, Heinze falou de sua capacidade pessoal de tornar projetos reais, como a ponte internacional entre São Borja e São Tomé. Na sequência, Ricardo Jobim disse ser desconhecido por não ser um político profissional, mas que levará ao Piratini as pautas semelhantes às da Federasul e que também são defendidas pelo seu partido, o único, segundo ele, a respeitar o dinheiro público por não usar o fundo partidário.
Vicente Bogo citou sua trajetória como vice-governador e na defesa de pautas como o Programa de Fomento e Reconversão Produtiva da Metade Sul (Reconversul) e a formação de cooperativas. Disse que o desenvolvimento passa por tornar as empresas competitivas e criticou o Regime de Recuperação Fiscal (RRF), que tornou o RS um “território do governo federal”.
Embora o evento proposto pela Federasul fosse de um painel mais propositivo, os participantes não deixaram de enaltecer seus candidatos à Presidência da República e, sempre que possível, criticavam as propostas dos demais. O alvo mais procurado foi Eduardo Leite.
Ao citar o ex-governador, Onyx Lorenzoni disse que representava um governo que se estabeleceu pela verdade, ao contrário do marketing utilizado no Estado por Leite, que desonrou o cargo de governador ao pedir afastamento. Em resposta, Leite lembrou que Onyx, sim, desonrava a função de deputado, pois, em uma quarta-feira, deveria estar trabalhando em Brasília. Em suas propostas, Leite disse o RRF foi uma possibilidade de olhar para o futuro sem ficar atrelado ao passado. Ressaltou ainda os processos de privatização, liderados com transparência e bons debates.
Já o candidato pedetista apontou as divergências do seu projeto de governo com as proposições da Federasul, mas, entre as convergências, estaria a Educação. “É uma vergonha para o Rio Grande estar na quarta pior posição nacional em evasão escolar”, lembrou Vieira da Cunha, ao citar que, além do descaso do poder público, o crime organizado colabora para essa colocação. Finalizando o primeiro bloco, Edegar Pretto destacou os legados de Olívio Dutra e Tarso Genro, dois governos em que não houve aumento de impostos, mas geração de renda com abertura de empregos. Disse que será um interlocutor do Estado com o Governo Federal, caso venha a ser eleito, assim como Lula, o candidato petista ao Planalto.
No segundo bloco os candidatos responderam questionamentos enviados pelos associados do interior do Estado e, no terceiro, à pergunta feita para todos sobre a meta de equilíbrio fiscal, passando por aumento de impostos ou reformas estruturais.
O critério de escolha dos candidatos se deu em função da representatividade da Assembleia Legislativa.